domingo, 19 de fevereiro de 2012 | Filed in:
Observava o trabalho da vendedora de cortinas... Tão desenvolta, segura, inteligente e rápida no raciocínio! Nossa! Que universo diferente do meu! Outro vocabulário: metragem, tecido, textura, cor, caimento, altura, largura, costura, acessórios, pé direito, trilhos, números, cálculos... Interessantíssimo! Depois vi o trabalho dos garis limpando as ruas, usando uma máquina para sugar o pó e a sujeira e não somente as vassouras e as pás costumeiras e fiquei pensando no valor deste trabalho! A “cortineira” e o gari fazem trabalhos diferentes; um deles, se poderia dizer, essencial e o outro supérfluo; mas com certeza, não do ponto de vista de todos. Sempre há controvérsias e é bom que haja, dizem... Mais tarde, lembrei destas observações quando me deparei com dois outros assuntos que estavam sendo discutidos em contextos diferenciados, na internet. O primeiro: divulgar ou não cenas de sexo no BBB 12 e o segundo: se as musas do carnaval, com suas bundas e seios expostos estão mais para deusas ou piranhas. Para muitos, com certeza, isto é bastante importante, relevante e merece tempo de discussão; tem conseqüências e constatei que muita gente estava se envolvendo com a questão. Bom. Aquele pessoal confinado lá no BBB, tem seus motivos para estar lá e não estariam se não houvesse a oportunidade e o interesse deles próprios em se expor, de quem organiza e de quem assiste; assim como as musas do carnaval. O que move cada um de nós, nas nossas escolhas, atitudes, posicionamentos, exposições? Com certeza há um limite para tudo, o bom senso. Por vezes, penso que a globalização afetou de tal forma a individualidade, que muitos, gradativamente, estão perdendo a percepção de si próprios, da sua singularidade, sentimentos, identidade e aí não há limite e nem bom senso que faça sentido. Meu professor de literatura (lá dos anos 70), agora também escritor famoso, publicou hoje, no facebook, um comentário bonito e cheio de sabedoria sobre “ser rico” e questiona, num dado momento sobre qual o legado que as pessoas ricas (de grana) deixam à humanidade... Ontem, conversava sobre isto com meu filho: em que as nossas ações, nosso trabalho contribui para com a nossa época, para com aqueles que vivem conosco... que marca a gente está deixando ou vai deixar por aqui... Expor ou não se expor? Ficar à margem, esconder-se, não se envolver e nem se comprometer; dançando passivamente conforme a música escolhida por outros ou mostrar-se, correr os riscos, provocar reações, produzir mudanças... Mas e por que se expor e como se expor? É onde entra o conteúdo, os ideais, os sonhos que norteiam e motivam cada um. Bom mesmo é falar sobre isto; porque, ao que parece, ninguém dá ou faz o que não tem, o que não sabe, não recebeu, não aprendeu, não acessou, não buscou; não se permitiu experimentar. Se as questões são expostas, faladas, há possibilidade pensar sobre elas. E pensando...
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