domingo, 13 de maio de 2012 | Filed in:
Filhos em casa. Eles estão sempre com a gente, na casa atemporal, o coração; mas como é bom, doce, tê-los alcance dos olhos! Contemplar seus semblantes, suas singularidades. Saber e acompanhar seus esforços, conquistas. Sentir e expressar nosso orgulho e afeto. Como é bom vê-los juntos, conversando, rindo, trocando; companheiros apesar das diferenças no pensar, agir, elaborar e produzir. Doce ganhar seus abraços, perceber o afeto nos seus olhos brilhantes! Meu pai lembrou, emocionando, que doce era o “mate” que sua mãe dava a ele e seus irmãos, depois que ela e o pai tomavam o deles. Ela esperava a água esfriar um pouco e acrescentava melado, o que adoçava o “mate”, uma vez que o açúcar precisava ser poupado, já que era muito caro. E como era bom este “mate doce”! Eu lembro do quanto eram doces as noites, quando fazia minhas tarefas de escola ao redor da mesa onde minha mãe passava roupa. Meus irmãos, menores, brincavam no chão, com seus carinhos e a mãe, centrada, passava a roupa do mesmo modo que faz até hoje, com extremo cuidado, carinho e detalhes. Eu gostava de olhar para estes detalhes! Para a ponta do ferro de passar que ia com delicadeza e firmeza alisando aqui e ali, impecavelmente e como depois dobrava tudo com esmero e elegância. A “pilha” de roupa ficava alta; era cheirosa e firme; nunca vi uma peça escorregar, nem a “pilha” cair... Havia um clima de “quentura”, aconchego que fazia bem a minha alma e acho que foi com minha mãe, neste seu fazer, que aprendi a observar e valorar detalhes, pequenas coisas e gestos; embora jamais tenha conseguido ser impecável no meu fazer. Minha amiga ligou: “vem aqui comer um doce que o “maninho” me ensinou”. “Maninho” é um amigo querido. Fui e experimentei. Muito doce! Gostoso! Fiquei surpresa! Agradavelmente surpresa! Pelo doce além do doce: o doce dele, fazendo e ensinando um doce! Doce também a visão de um recém vovô; aquietado, finalmente (porque a vida toda teve dificuldade em parar, sentar, aquietar...) pela neta, pequenina, pequenina, bem aconchegada no seu abraço... dormia a neta, sono profundo, segura, fazendo beicinhos e dando sorrisinhos! Dormia o vô, relaxado e entregue à emoção, mas atento e cuidadoso no abraço, ciente da responsabilidade de proteger. Doce também este presente que se materializou: há um ano atrás recebi, no dia das mães, um cartão onde estava registrado: “vale um neto”... Agora comemoro este dia das mães com o presente: a neta que veio, de fato! A vida é bela! Meus Deus! Apesar de tantas coisas insípidas, azedas, amargas, duras, injustas, tristes e violentas; há muito doce acarinhando, curando, alegrando e enfeitando as horas, os dias, os momentos! Se a gente olhar bem, vai perceber e ver, com certeza!
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