domingo, 26 de janeiro de 2014 | Filed in:
Entrei no mercado
apressadamente. Estava um pouco atrasada para o almoço em casa de minha
filha. Na fila do pão eu me deparo com o
inusitado: um franciscano! Em carne, osso e hábito marrom. – Com este calor! –
falei para mim mesma. Tive que olhar novamente e muitas e muitas vezes para
ele. Era quase irreal. Mas era real. Fui olhando, de cima a baixo, como não
ousei fazer nunca! Não gosto de ser olhada assim e tenho vergonha de fazê-lo.
Mas, hoje fiz. Tinha que fazer. Era lindo demais! Raro demais. Observei o
cabelo, estilo São Francisco; a cruz de madeira no peito, que não parecia nada
leve; o cordão branco amarrado à cintura e caindo quase até o chão e, as
sandálias! Grossas sandálias de couro; pareciam ser feitas de pneu. Aí, pensei
no inverno: deve passar frio! Ele estava comprando um bolo; uma torta. Uma não,
acabou levando duas tortas, muito doces e bonitas. Eu fiquei encantada. Com a
figura e com a compra. E já entrei na história de Francisco, a romântica. E
tudo ficou misturado e já imaginei o frade levando aquelas tortas para dividir
com um grupo de pedintes, ou meninos de rua, ou uma família pobre... onde
alguém devia estar aniversariando e a quem ele iria “servir”, agradar, homenagear, destacar, valorar; assim como
Francisco, que abraçava os leprosos e sorrindo cuidava de doentes do corpo e da
alma... Eu até disse “Bom dia” para ele, mas tão fraquinho, que ele nem ouviu.
Ele fazia suas compras, compenetrado e alheio a minha curiosidade excessiva e
inquieta. Na verdade, eu queria tê-lo abraçado. Na verdade, eu queria conversar
com ele; partilhar um pouco da vida com ele; pois estava ali, trazendo para o
meu presente, simbolismos queridos demais para mim. Na verdade, ele próprio um
grande símbolo de tudo que me é mais caro na vida. Tive que fazer força para
sair do mercado; queria ficar olhando para ele. Ficar perto dele.
Levei comigo uma sensação boa, de ter recebido um
presente. Sabe? Destes que a gente não espera e não consegue nem agradecer,
porque quem deu saiu rapidamente de cena! E deixou um vazio... mas um vazio
preenchido! Preenchido de tanto conteúdo, de tanta e intensa alegria... Não foi
preciso chegar muito perto para sentir calor, acolhimento, bem estar, alegria!
Imagina se chegasse!
De carro, rumo ao apto da nossa filha, por uma das avenidas principais
da cidade, a Brasil, fomos observando os grupos de turistas que atravessavam, a
pista movimentada, de um lado para o outro. Um perigo! A próxima sinaleira
fechou para os pedestres; abriu para os carros. Quando íamos cruzar pela faixa,
um família, chefiada por um senhor, que devia ser o pai, resolve ignorar o
sinal e atravessar a faixa de segurança! Meu marido, que andava devagarinho,
conseguiu parar com tranqüilidade, para que eles, então passassem. Mas,
gentilmente apontou a sinaleira, para mostrar que ela estava fechada para os
pedestres. Então, o “chefe” daquele grupo, ficou muito ofendido com esta
sinalização; parou e xingou-nos, fazendo, concomitante, gestos agressivos. Os
olhos brilhavam de ira! Aquela hora da manhã, indo para a praia! Cheio de raiva num dia azul de férias! Não contente, deu um soco violento no vidro
traseiro do nosso carro. Foi um barulho horrível! Não sei como não quebrou.
Fiquei assustadíssima! Não sei o que poderia ter acontecido se tivéssemos
esboçado alguma reação, falado mais alguma coisa. Meu coração, impregnado com
aquela presença forte mas doce do frade franciscano, partiu-se diante daquela
cena violenta, que só não foi pior, por detalhe. Desejei veementemente sair
daquele local; o que não foi muito fácil, pois o trânsito, nesta manhã, como de
regra, na alta temporada, estava lento. Ao contrário do que acontecera alguns
minutos antes, no mercado, eu queria sair de
perto daquele homem, não queria ficar olhando para ele, sentindo a energia dele!
Levei comigo uma sensação ruim, a sensação do
desânimo e da impotência; esta que a gente sente diante de uma agressão,
ofensa, calúnia, desrespeito, fofoca, injustiça... Sabe? Algo que a gente não
espera e não consegue nem explicar, porque não era motivo. Ele, no caso, poderia
até não gostar de ser sinalizado pelo outro; mas estava errado. Estava
desrespeitando a lei do trânsito; além de dar mau exemplo aos familiares que o
seguiam. Não tinha o que discutir. Diante de algumas coisas, não há o que
discutir. E isto deixou um vazio... um vazio horrível ...
Não foi preciso chegar muito perto para sentir a frieza, a dureza, a
impaciência, o mau humor, a tensão, a ira, o desamor daquele homem! Imagina se chegasse!
Assim somos, os semeadores. Cada um semeia aquilo do
que seu coração está cheio. Um dia a gente começa colher e não dá para reclamar
da qualidade dos frutos.
Mas
isto não ficou assim. Minha imaginação voltou a trabalhar... imaginei o frade encontrando o turista. O turista esbravejando, soltando impropérios, espalhando socos pelo ar e o franciscano olhando para ele com olhos amorosos; caminhando até ele e envolvendo-o num abraço irrestrito e fundo, falando baixinho: "irmão turista"...
Assim, salvei o meu dia.
domingo, 19 de janeiro de 2014 | Filed in:
Duas mulheres fortes, uma em frente a outra,
mostrando sua arte, a arte de vender. Vender coisas de uma essência
marcadamente feminina, mas não preconceituosa: jóias e produtos para o corpo e
ambientes. Dos mostruários saíam os produtos, acompanhados de palavras e
demonstrações. Cremes com fragrâncias deliciosas eram espalhados em mãos e
braços, deixando um rastro de suavidade
na pele e bem estar no ambiente, que, antes, já exalava verdes de todo tipo. Anéis,
correntes, pulseiras, brincos, dourados, prateados, coloridos brilhavam diante
de nosso olhos, numa combinação fantástica com os perfumes e com o universo
feminino. Eu observava, cativada. Gostava daquilo; dava vontade de comprar
tudo! De me enfeitar toda com aquelas jóias e ficar assim, tão perfumada! Pele
sedosa e atraente. Ficar bela! Concluí que todas nós, mulheres, merecíamos
isto. Enfeites! Adornos. Perfumes, delicadezas. Eu observava. Mas, confesso,
que muito mais do que pelos produtos, cativada por aquelas duas mulheres ali,
na minha frente. Belas e fortes; enfeitadas e perfumadas de singularidades.
Uma viaja todos os dias, cada dia um itinerário,
certo ou incerto; uma nova cidade, um novo bairro, uma nova rua... levando seu
mostruário de porta em porta, conclamando a vaidade feminina; mobilizando
desejos, alimentando fantasias, preenchendo vazios, acrescentando alegria aos
olhos do “mulheriu” por aí afora. Desbravadora! Destemida e persistente: “todo “não” que eu recebo, me motiva e eu volto
lá”. Uma sedutora ensinado sedução; sem intenção! A intenção é vender,
trabalhar, ganhar o sustento. Mas eu desconfio. Faz muito mais do que isto!
Então, porque teria esta alegria e brilho todo no olhar e nos tons de voz
falando de um trabalho desgastante e tão incerto, quanto este, de bater de
porta em porta, debaixo de sol, chuva, frio, calor; ciente da incerteza;
oferecendo algo, aparentemente supérfluo, como jóias; sabendo que quem tem
interesse e possibilidades, pode ir à lojas especializadas, existentes para
todos os gostos e bolsos, nas cidades? Ela própria poderia trabalhar numa loja
destas, no conforto, no ar condicionado; com salário certo e etc.
A outra, diferente, mas do mesmo jeito apaixonada,
vibrante: “eu tenho meu trabalho, sou
enfermeira, mas eu gosto das vendas”! Oferece o seu produto nos círculos
mais restritos, o dos amigos e conhecidos; depois do expediente. Não se cansa.
Não almeja ir pra casa, descansar em frente à TV. Um complemento à renda
familiar? Sim. Mas não só. Não! Também não descuida de nada da casa, filhos,
marido. Mas há algo a mais! Sim! Há muito brilho no olhar! Muito desejo
impulsionando a curiosidade a lugares tão distantes; a procurar e buscar
produtos, implicar-se com eles e sair oferecendo a outras mulheres; decidida,
convicta! Também esta poderia, então, trabalhar numa loja, num contra-turno;
com o amparo de uma estrutura montada, mais segura e confortável.
Eu observava, cativada! Admirando; porque é
admirável! Tanta garra, tanta força, ânimo para fazer! Fiquei pensando nisto e
a lembrança de outras tantas mulheres guerreiras, veio à mente. Nossa! Sou
privilegiada neste quesito. Rodeada por valorosas e virtuosas (em todos aspectos) descendentes
das amazonas!
Observo, agora, da minha janela, a Mãe Natureza. Vem dali, desta nossa
Mãe extremosa, o exemplo! Ela trabalha muito! É incansável e persistente. É
bela, cheia de sutilezas e mistérios. E forte! Com mil e uma utilidades e
sempre com o olho brilhante! Resistindo bravamente; verde, cheia de esperança e
desejo! Obviamente, todas nós “puxamos à Mãe”! Até Maria, tão pequenina,
já se identifica com esta Mãe guerreira bela, perfumada, enfeitada, cheia de
iniciativa, doçura e força e, também ela já se lança no mundo, decidida, em busca do
que quer. E a Mãe não esquece, não nega e não omite, às filhas, no entanto, que cada passo tem seu
preço. E não é barato.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014 | Filed in:
Há um lugar...
neste espaço,
no compasso
das cigarras,
entre os verdes
quadriculados
da minha janela,
... de uma intimidade
sem nome!
Onde palavras
se repetem
se atrapalham
e se buscam
tentando o encaixe
com o sentimento.
Intimidade como
num dia
um toque
um olhar
um abraço
fora do traço
da forma
e do trivial.
Diferente,
cheio de silêncios
aprofundados.
Especial.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014 | Filed in:
A borboleta amarela,
acariciada pelo vento,
desenha curvas
na moldura azul do dia.
Gaivotas planam
em suave cantoria.
O sol doura
formas e cores.
Verdes apaixonados
enchem meus olhos,
meus sentidos
de beleza,
poesia.
| Filed in:
Enquanto trabalham,
me invisto de preguiça.
Enquanto pelejam ao sol,
me deleito na sobra e na
brisa,
sem remorso.
Enquanto planejam
investimentos e lucros,
eu me encontro
com as metáforas,
me enrosco nas palavras,
abro crediários com o
tempo,
planejo versos sem rima
histórias, encontros
e amores descapitalizados,
sem futuro e sem lucro.
Férias.
| Filed in:
No barco improvisado
um homem
feito índio
empunha a lança
e caça seu peixe.
A brisa me diz:
- fecha os olhos
e deixa que eu te leve
pra onde você quer ir,
no tempo
sem tempo.
sábado, 11 de janeiro de 2014 | Filed in:
O que faz
um barco ancorado
solitário,
adormecido
nos braços do mar?
Espera o quê?
Quem?
Uma brisa mais forte
e um marinheiro
destemido;
que o conduza
aos braços de um
desconhecido
mais atraente?
Um pescador sonhador
que ouse e reencante
suas redes
envelhecidas de ilusões?
Ou o meu olhar,
para que cante
venturas e desventuras
de amor?
| Filed in:
Amei. Sim.
Em fases: infantil
adolescente;
alucinada e
inconseqüente;
cega e
estupidamente.
Longos e longos anos
a fio e à teimosia!
Finalmente,
amadureceu,
o meu amor.
Ele te abraça
te reconhece
e te libera.
Voa!
Eu respiro,
aliviada,
feliz
e flutuo.
| Filed in:
Eles
riem! Acho que são irmãos e estão na mesa ao lado. Ele come um pedaço generoso de uma torta de
chocolate que produz saliva e recordações deliciosamente doces, em mim! E joga
ao celular. Ela fala sem parar, baixinho e depois ri, ri... eu tenho o impulso
de pensar, muito tola, que riem de mim. Mas hoje estou de bem comigo. Bem
demais para me colocar pra baixo e ceder espaço à menos valia. Hoje, não!
Na TV em frente, com uma imagem tremida e nebulosa,
passa o Jornal local, para o qual não ligo a mínima! É hora do almoço.
Ousadamente, estou num lugar super bacana, sozinha. Almoço e
escrevo; separada de minha vida trivial. Esta outra mulher, em mim, é demais!
Adoro! E a gente só se encontra assim, quando saio de mim e
do meu contexto. Aí, o mundo é muito maior e não padeço das pequenas coisas e
mesmices do cotidiano. Eu olho para elas. E avalio. E lhes dou o devido valor e
lugar. Mas não o primeiro e melhor lugar.
Há uma campainha em minha mesa. Vou acionar e
chamar o garçom. Pedir um cappuccino. Ah! Delícia! Mas um resquício de loucura e morbidez me sussurra: “e se o
cartão estiver sem saldo? E se você
passou do limite? O que vai fazer? Por que não ficou no apartamento e comeu um
pão, um sanduíche”? Mas não mesmo!!! Não adianta! Hoje não vou me sabotar com
nenhuma alucinação. Aperto a campainha:
- Um cappuccino!
- Pequeno ou médio?
- Qual a diferença?
Ele me mostra. Eu escolho:
- O pequeno! Com creme!
Rimos.
Pequenas coisas. Grandes delícias!
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014 | Filed in:
Dois pontos
e as águas.
Por que cada um
não fica no seu lugar?
Por que quem está aqui
quer ir pra lá?
E quem está lá
quer vir pra cá?
Sede de interagir
trocar
experimentar.
O melhor está lá.
Mas pode estar aqui.
Entre um ponto e outro
águas caudalosas
profundas e densas
puro mistério, incógnitas.
Fazer a travessia
é um pouco mergulhar
nestas profundezas
mas pela superfície
pela balsa.
Eu e tu
tu e ele
ele e elas...
pontos distintos
distanciados e
profundos.
Entre nós, a balsa
de lá para cá
de cá para lá...
Encontros
e desencantos
ao sabor dos ventos
desejos, interesses
e sentimentos.
| Filed in:
Em algum momento, o vazio
vem.
Quando algo, alguém vai...
E aquilo que estava
tão bem encaixado
no espaço
no corpo,
num sorriso
no sentimento
num querer, num fazer
ou no pensamento
desencaixa e vai...
Em algum momento, o vazio
vem.
Quando algo seguro desmorona,
alguém ataca no escuro
fere no âmago
e o dia não amanhece.
Em algum momento, o vazio
vem.
E no vácuo
fica o sobressalto,
o movimento paralisado.
E a vida,
por tempo imensurável,
em estilhaços brilhantes e
desorientados,
em suspenso.
A saudade e a esperança,
faxineiras experientes
reorganizam
e em algum canto fértil
a fênix renasce
e o vazio:
preenchido de
sutilezas
e aprendizados.
sábado, 4 de janeiro de 2014 | Filed in:
Pombos no calçadão
pombos
na praia,
nos
beirais dos telhados e dos terraços
passeando,
displicentes e confiantes
entre
nós...
No
cotidiano corrido,
cheio
de necessidades,
coisas
a consumir,
contas
a pagar,
aparências
a cuidar,
modelos
a seguir,
quem
se pergunta:
por
que os pombos estão avançando
e
tão sem medo e sem vergonha
invadindo
o nosso espaço?
O
que houve com o espaço dos pombos?
E
com outros tantos espaços que se foram
sem
que ninguém impedisse?
Passarinhos
sem espaço.
Respeito
sem espaço!
Casas
sem muro, andar seguro
brincar
na rua, confiar na palavra,
na
justiça... coisas com tão pouco espaço!
Crianças
sem espaço!
Infância sem espaço!
E qual é o espaço das crianças?
Onde
está o espaço e
a
fonte de alegria, de felicidade das
crianças?
Certamente não está na pressa
em
antecipar para elas, o mundo dos adultos:
nos
valores, no vestir, no brincar,
nos
compromissos, no falar.
Nem presa no brinquedo caro
que
não pode quebrar, nem perder
e,
às vezes, nem explorar, brincar.
Não está enclausurada nos eletrônicos
que
viciam, isolam e tapam buracos, abandonos.
Não
está prisioneira na TV de fácil acesso,
nos
DVDs, filmes e musicais comerciais.
Não está na
etiqueta das roupas e
calçados
de marca, expostos e apelativos
nas
propagandas, outdoors e nos shoppings.
Não
está no asseio dos ambientes, das roupas,
dos
lugares impecáveis,
bonitos
mas frios, intocáveis.
Não
está nos prêmios e barganhas
do
“se você fizer isto, te dou aquilo”.
Não está na mesada
e
nem na promessa de realização
de
todos os seus desejos!
Nem na prisão de segurança máxima
dos
presentes, doces, modismos
e
expectativas dos adultos.
Não
está nos cursos
e
nem nas agendas cheias.
Não
está na sua exposição
e
nem na exaltação de
sua
beleza, sua inteligência e suas habilidades.
A felicidade dos pombos
está
no espaço!
Espaço
para voar,
para
estarem juntos, no bando,
abrigados
e alimentados!
A
felicidade dos pombos está
em
viver sua vida de pombos!
A alegria, a felicidade das crianças
é
algo assim, bem concreto
e
também está num espaço!
No
espaço que damos a elas,
permitindo
que sejam crianças
ajam
e pensem como crianças!
Vivam,
plenamente, sua vida de crianças!
A
alegria das crianças está em explorar o mundo!
Conhecer
o mundo pelos sentidos:
ver,
pegar, cheirar, ouvir, sentir o gosto,
medir,
comparar, chorar, cantar e falar!
Delícia!
Delicia maior não há!
E
explorar, é brincar!
Brincar na água fresquinha
geladinha...
sentí-la escorrendo pelas mãos
Vir
e ir... livre!
Tomar
banho de chuva! Banho no tanque!
Banho
de mangueira!
E
fazer lama!
Banho
de lama! Bolo de lama!
Fazer
buraco na terra,
sentir
o cheiro da terra
perfumando
a tarde quente
depois
de uma chuva de verão!
Alegria
e pura felicidade, na vida de uma criança
é
subir na árvore, como um macaquinho!
Chegar
nas alturas
deslizar
pelos galhos...
O
medo de cair, infinitamente menor que o
prazer de subir!
Balançar!
Cochilar
na sombra gostosa,
fazer
da árvore uma casa, um clubinho.
Brincar com as letras, os números
aprender
com prazer, com cuidado,
no
seu tempo, com respeito, devagarinho!
Coisa gostosa, que criança gosta é
deitar
na grama e observar a transmutação das nuvens,
improvisar
um carrinho com sucata velha.
Mexer nas gavetas, mexer nas panelas
fazer
comidinha,
brincar
de casinha,
de
papai, mamãe e filhinha!
Pular
corda, jogar bola
andar
de bicicleta na rua!
Mexericar,
puxar o rabo do gato
fazer
carinho do cachorrinho.
Correr
atrás de borboleta
curiosar
a natureza!
Brincar
com os amigos:
pega-pega;
esconde-esconde
amarelinha,
bolinha de gude.
Bolha
de sabão, telefone sem fio,
soltar
pipa, espiar vaga-lume...
contar
estrelas e cantar e rir
até
dormir!
E
rodar e saltar e rolar
e
subir e descer
e
de novo sorrir e correr!
Comer
bolo e ouvir histórias
na
casa do vovô e da vovó.
Ganhar
beijos e abraços
quase
que por nada... por carinho, só!
A
alegria e felicidade mais genuína das crianças está
na
simplicidade das coisas,
naquilo
que, desde que o mundo é mundo
encanta
as crianças de todo mundo
e
não custa nada
a
não ser tempo e espaço.
Espaço
dentro das nossas vidas.
No
tempo que lhes damos para que possam
circular,
deslizar, entrar nas nossas vidas
marcar
nosso coração
com
suas gracinhas e agrados!
Marcar
nossa mente
com
suas hipóteses curiosíssimas
deduções
brilhantes
e
sua inteligência pura!
No
espaço que damos a elas,
no
nosso abraço! Abraço
onde
se abrigam do medo, do frio,
das
culpas, das dores e dos desafios deste mundo;
cativante
e assombroso, ao mesmo tempo!
Nosso
abraço:
o
espaço mais seguro!
A
proposta desafiadora, hoje, é:
resgatar
a essencialidade
das
coisas e das relações:
de
dentro do nosso cotidiano!
Deixar
fluir o sentimento.
Largar,
um pouco, a rigidez dos formatos,
dos
horários e das resistências.
Abraçar
e curtir o que é mais precioso:
este
presente do presente!
Que
é o estarmos juntos e,
como
as crianças e os pombos: felizes!
Na
simplicidade das atitudes,
na
delicadeza e sofisticação dos afetos!
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014 | Filed in:
Estar
ao lado.
Estender
a mão
e
encontrar outra mão,
braços
que se abrem
e
nos estreitam,
enlaçam
fundo
junto
ao coração.
Ao
lado.
Ao
lado de quem
eu
quero bem
de
quem me faz bem!
Desejo
que para você,
2014
seja assim:
você
ao lado dos seus
familiares
e amigos!
Você
ao lado dos seus
sonhos
mais queridos!
Vibrante,
cheio
de força e de vida!
Ao
lado
para
estender a mão
e
partilhar,
confidenciar,
apoiar,
escutar
e falar.
Ao
lado para receber ajuda,
um
ombro, um abraço, um sorriso.
Ao
lado para trocar, crescer,
aprender
e construir junto
um
cotidiano melhor
novos
horizontes para voar,
fazer
e ser mais feliz.
É
preciso mais?
Assinar:
Postagens (Atom)