sexta-feira, 1 de maio de 2015 | Filed in:
Hoje,
dia do Trabalho, celebro o meu ofício! Há 36 anos, na escola! Os
primeiros anos, foram os anos da juventude! Tempo de luta, dos ideais lançados,
gritados ao mundo; das broncas, dos questionamentos, dos enamoramentos com
ideais políticos e teorias sobre educação. Estes últimos anos, têm sido os
anos da maturidade; reflexão e da paciência cultivada e construída. A escola
trouxe a escrita e os livros para minha vida. A escola sempre foi lugar
especial para mim. Até hoje, aprendi muito mais do que ensinei. Aprendi,
reaprendi e fortaleci tudo sobre a vida, tudo que é essencial. Especialmente
sobre respeito e amor ao universo todo, suas criaturas e sobre ser cidadã e
educar cidadãos. Na vida,
nestes anos, nem tudo foi como o sonhado
e mudei, abandonei e encontrei muitas outras coisas e caminhos; mas permaneci
na escola!
Trabalho é tudo de bom: produzir, criar,
transformar, construir, colaborar, cooperar, ajudar, curar, alegrar, pensar, refletir,
aprender, melhorar! Trabalhar enlaça. Enlaça fora, enlaça dentro. Se a gente
olha para trás, por onde andou a humanidade pode ver os laços, as trocas fomentando
(ou não!) os avanços, reconstruindo, protegendo, lutando por algo justo e
melhor.
Trabalho também pode ser tudo de ruim! O trabalho
forçado, não amado, não desejado e o
trabalho que não é valorado. Duro demais ver homens, mulheres, jovens e
crianças submetendo-se a atividades injustas e desumanas para sobreviver. Duro
demais ver muitos adultos exercendo uma profissão que não escolheram. Duro
demais ver pais pressionando direta ou
indiretamente os filhos para escolherem esta ou aquela profissão por causa do
status ou retorno monetário. Duro demais ver os índios Fulni-ô saindo da sua
terra, viajando pelo país em busca de recursos para manter sua tribo! Submetendo-se
a mais humilhações; porque a nossa civilização tirou, deles, o direito de
trabalhar e viver a seu modo. Duro demais ver a educação, a escola neste lugar
onde está: desacreditada, desvalorizada e seus profissionais, assim, tendo que abandonar
o trabalho e reivindicar, pelas ruas, algo que já é de direito e ficar nesta
exposição dolorosa; alvo de chacota, violência, desrespeito, tanto nas salas de
aula, quanto nas ruas. Quem estimula seu filho para ser professor? Duro demais
ver esta nossa realidade, tão cheia de tecnologia e tão vazia de valor, de
calor humano, de respeito, de proximidade. Dura realidade, cheia de solidão,
espinhos, grosserias; preconceitos; de dedos arrogantes apontando culpados e
verdades para lá e para cá; de vazios imensos; de sonhos engavetados; de tanta
gente fugindo para outros lugares, em busca de felicidade, de uma oportunidade...
Apesar de tudo, sou agradecida por labutar neste ofício. Eu acredito que ele tem uma função essencial na vida das pessoas e do nosso país! Acredito que através da educação, podemos mudar! De dentro para fora! Sem os vícios, vislumbrar as prioridades; permitir a cada um encontrar o seu lugar e neste lugar, produzir e viver com dignidade e possibilidades.
Apesar de tudo, sou agradecida por labutar neste ofício. Eu acredito que ele tem uma função essencial na vida das pessoas e do nosso país! Acredito que através da educação, podemos mudar! De dentro para fora! Sem os vícios, vislumbrar as prioridades; permitir a cada um encontrar o seu lugar e neste lugar, produzir e viver com dignidade e possibilidades.
Trabalho: reflexão, esforço, perseverança. Desafio
atualizado cotidianamente. Nesta lida se descobre habilidades e limites; fortaleza
e fragilidades! Valores e grandezas; sombras, exageros e pequenezas. É viver e
fazer a vida render... render frutos! (tantos e de tantos tipos...) São
eles que respondem se valeu a pena.
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