terça-feira, 30 de junho de 2015 | Filed in:
O sol estende sobre nós,
“suas mãos”!
Através “delas”,
do seu poder e amor,
todos os dias,
nos abençoa com
luz e calor.
Nos alimenta,
Cura,
fecunda,
energiza
e acarinha!
É abrir o coração
os braços;
acolher.
Deixar-se tocar
e transformar!
e transformar!
quarta-feira, 17 de junho de 2015 | Filed in:
Todo entardecer de domingo
a mesma nostalgia,
repetida e funda,
que acaba em agonia:
morro eu e
morre o dia.
As emoções presentes,
todas! De uma vida inteira.
De vidas inteiras!
Todo entardecer de domingo.
A vida vivida:
a lembrada e a esquecida,
na balança.
E mais do que os equívocos,
doem as despedidas.
E mais do que das conquistas,
a saudade é dos encontros.
E meu coração se agiganta
insuportavelmente,
de amor; benquerer
inexplicável!
Um amor acrescido
de temperos que não lembro;
mas nítido e claro.
Maior do que posso suportar.
Bom é que dura pouco!
Ressuscito! Com a chegada da
lua!
Ela e sua magia;
evocam em mim,
a fênix e a poesia.
terça-feira, 16 de junho de 2015 | Filed in:
Sinto-a crescendo,
a saudade,
dentro de mim.
Todos os dias, um pouquinho
mais clara,
mais decidida.
Saudade de um abraço
de encontro
de pertença
de chegada
de sintonia silenciosa.
Sem palavras.
Só calor
afeto
entrega.
Quietude
e horizonte,
só.
quarta-feira, 10 de junho de 2015 | Filed in:
Sol
céu
luz
espaço.
Azul
verde
ondas peraltas
voo,
abraço!
Encontro
agradecido e contemplativo,
do velho
com a cantoria e alegria
do novo!
Laço.
Simples e essencial,
puro sossego
sintonia
afeto.
Presente.
segunda-feira, 8 de junho de 2015 | Filed in:
Primeiro chimarrão!
- “Mas não é de adulto, né, vovó”?!!!
- Não! Só chazinho, por
enquanto!
Iniciação.
Rituais são belos, fundos
essenciais. Este, então...
Carinho, roda, respeito.
O chimarrão passa.
Com ele, a conversa,
escuta, afeto, ensinamento:
somos parceiros, irmãos.
Nossa vocação é a
solidariedade.
Mais chimarrão no mundo
é menos preconceito e solidão!
é menos preconceito e solidão!
sábado, 6 de junho de 2015 | Filed in:
Felicidade...
Nunca
é a coisa
em si
mesma;
mas o
que
a
coisa produz!
Onde
ela me leva...
me faz
experimentar!
Fagulhas
intensas,
labaredas
que ardem
e
queimam ao avesso
sem
doer! De puro deleite,
prazer!
Um
prazer intenso
que
eleva,
dilui,
agiganta
e apazigua!
Puro.
Nada egoíco.
Singular,
mas também
um
todo
que
agrega, unifica
lá na
raiz; na fonte
das
essências e plenitudes!
Onde
mergulho
no
deleite, na emoção...
Me
permitindo experimentar
apesar
de ser
uma
filha pródiga.
Há um
oceano, sim;
de
infinitudes delícias;
onde o
abraço, o
beijo,
a presença,
o
acolhimento, um encontro,
uma
lembrança,
um
reconhecimento,
uma
palavra, um carinho
não é
um momento;
é uma
vida. É constância.
É
continuidade.
Esperar
pelo reencontro
com
estes momentos,
vale
viver todos os hiatos.
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Depois
de muito tempo, reencontrei com minha prima e sua família, fazendo uma visita a
eles, em Floripa.
Reencontrar uma pessoa querida e próxima, assim como ela, parceira
de infância e adolescência, é emocionante! A gente quer falar, atualizar tudo
de uma vez! As palavras se atropelam; os assuntos se misturam e viajam
desordenadamente.
Então,
nos primeiros momentos, não prestei atenção em nada mais do que nela e nas
impressões que o nosso reencontro oportunizava; recordações de tantas coisas
boas da nossa cidade natal; dos nossos familiares comuns e das vivências e
parcerias. Circunstâncias, caminhos singulares e a geografia nos
mantiveram afastadas por muitos anos. Agora,
temos esta oportunidade de partilhar novamente
a vida, num outro estágio. Coisa boa!
Num
momento em que levantei para entregar a cuia do chimarrão; então sim, prestei
atenção na varanda linda, cheia de sol e de horizonte e foi aí, que eu a vi: a
“preguiçosa”!
Não
pude acreditar! Uma “cadeira preguiçosa”!
Do meu tempo de guria! Emoção funda e uma viagem fantástica e vertiginosa ao
passado, à infância. Nunca mais tinha visto uma dessas! Elas faziam parte dos
acessórios da casa dos meus avós, dos meus pais e dos meus tios. Era quase um
objeto sagrado! O que será que aconteceu com aquela que tínhamos na casa dos
meus pais? Não lembro. Parece que diluiu-se, sutil e silenciosamente, junto com
o tempo e tantas outras coisas, a espera de um inusitado, como este, para
ressurgir, pulsante! A última de que tenho lembrança é a que havia na casa de
tios muito queridos e próximos. Era a cadeira preferida do meu tio. Só podia ser,
porque não lembro de outra pessoa sentada na cadeira, se ele estivesse
presente. Depois que ele faleceu, não vi mais a “preguiçosa”.
Muito
nítida, agora, a imagem do meu pai, sentado na “preguiçosa” que tínhamos em
casa... quieto, saboreando sua “cangibrina”; ouvindo, no rádio de pilhas, as
melodias melancólicas, no final de tarde... Olhar fixado, ora no horizonte, ora
nas rachaduras do piso avermelhado, que
brilhava como um espelho, graças ao capricho da mãe... imagino que aquelas
rachaduras no piso eram como estradas, por onde ele voltava ao passado
longínquo; o que fazia seus olhos lacrimejarem ou, por onde se permitia aventurar ao
futuro, sonhando com as suas “imaginações não comprovadas”.
Quando
o pai não estava; a mãe usava a cadeira. Fazia ali os seus cochilos, entregue,
depois do almoço e de limpar a cozinha; com a “preguiçosa” espichada sem
esforço... Mãe cochilando, relaxada, tranqüila, serena, silenciosa e sorrindo!
Sorrindo e sonhando! Processando a dureza e a frieza da lida cotidiana. E sim,
sonhando com delicadezas, levezas e tantas possibilidades que ficaram no
passado... eu gostava de observá-la neste “recreio”. Ah! Delícia de descanso!
Magia depois do almoço... um soninho que sempre apreciei no cotidiano dos
outros, mas que nunca experimentei!
Mas a nossa “preguiçosa”, eu curti, claro! Às vezes que sentei e deitei
na “preguiçosa”, foram especiais. Não era uma cadeira qualquer, até porque era
pesado abrí-la. Era coisa de adultos. Como toda criança, tinha admiração e
curiosidade em relação ao mundo adulto.
Acessar a algumas coisas deste mundo, era o máximo! Eu gostava daquela magia de
movimentar a cadeira: sentar e deitar; baixar
e levantar! Acho que também sonhei muitos sonhos, ali, contemplando os verdes,
o céu, as pessoas que passavam na rua (imaginando suas histórias...), a chuva,
as noites estreladas (quando fiz amizade com uma estrela a quem eu chamava de
Paulina)...
Linda
“preguiçosa”! Que de preguiçosa, não tinha nada! Mas de companheira, sim! De
lida e de sonho; de vida! Tão bom te rever!
Obrigada,
Rosane e Fernando, por este reencontro duplo!!!!
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Ao amanhecer do outro dia, só Brigite
cantou e pôs seu ovo, cumprindo com sua obrigação, antes de sair ciscando e
brincando de desencavar tesouros por todas as partes do seu rico universo... Mas tem graça brincar sozinha? Cacarejar sozinha vocalises galináceos?
Desbravar mundo e fundos, sozinha? Não. E Brigite voltou logo para perto do
galinheiro, chamando sua amiga! Veementemente! Invadindo, com audácia, os
limites da casa, desconfiando que sua amiga pudesse estar escondida ou
prisioneira. Mas não estava.
Lola apareceu no meio da tarde. Veio
morrer em casa. Veio
cambaleante, fraca, quase inconsciente. Veio, pelo afeto e pelo dever. Veio
morrer em casa, entre os seus e, num esforço de dar dó, cumprir sua sina
feminina: por um ovo, seu último ovo.
Tão grande era este desejo que conseguiu, mas ele não estava pronto; era
um ovo em formação, ainda ... mas valeu a intenção, Lola!
Nunca saberemos o que aconteceu com ela,
durante o tempo em que ficou desaparecida; penas que foi ferida mortalmente.
Aparentemente não estava marcada; não tinha ferimento aberto e nem vestígios de
sangue. Mas seu peito estava sujo e sem algumas penas. Mereceu carinhos, um
banho, uma caminha limpa. E se entregou. Morreu.
Brigite não se conforma. Não entende o
que houve. Está atônita. Elas eram boas parceiras. Estavam sempre juntas.
Imagino a dor. Todos estamos mexidos.
Chegaram, hoje, mais dois pintinhos; na
verdade, duas “pintinhas”. Logo crescem, sabemos e farão amizade e boa parceria com a Brigite;
porque todas são galinhas do BEM. Mas, a Lola, nunca mais! Lugar, no espaço físico, pode ser ocupado por um outro; mas no coração... no coração, não! Cada um tem o seu lugar. Ninguém ocupa o lugar de
ninguém, no campo dos afetos. Lola não
era apenas uma galinha. Era nossa galinha e ela nos deixou órfãos da sua presença e generosidade cotidiana.
sexta-feira, 5 de junho de 2015 | Filed in:
Eu
falava sobre Gandhi, apaixonada que sou pela “ahimsa”. De repente, um aluno perguntou:
-
“Maisa, por que sempre matam ou ferem estas pessoas que fazem o bem; que são da
paz?”
O
silêncio foi intenso. Muitas respostas, imediatamente, vieram à mente; assim
como um grande pesar. Mas deixei o meu silêncio ocupar espaço. Deixei as
impressões de cada um ocupar espaço.
Eu
queria encantar e fortalecer meus alunos em relação à paz, à convivência
fraterna; apresentando a eles, algumas destas figuras maravilhosas que têm acompanhado o percurso
da humanidade adormecida, com sua presença, sua palavra e sua atitude generosa,
pacífica e perseverante. Queria apresentar modelos de gente de carne e osso, gente como a gente; vivendo não apenas sua vida, mas implicados, de fato, com o coletivo, o outro...
para que, depois, com seu olhar e sensibilidade, cada um deles pudesse descobrir e valorar, no seu cotidiano,
aqueles tantos que trabalham no anonimato, persistentes e generosos, para o bem
estar de familiares, amigos, comunidade... Mostrar que o mundo é feito de gente boa! Que os egoístas e
perversos ainda são exceção. Queria contribuir com a onda colorida, de emoção,
beleza e esperança paralela a esta de desesperança, banalização e menos valia de valores e
atitudes generosas, que se instaura, silenciosa e decidida por entre os rumores
dos escândalos, delações, violência e injustiças crescentes. Isto num mundo,
num século cheio de tecnologias, conhecimento e facilidades; onde a vida e a
convivência, tornando-se mais prática e cômoda, naturalmente deveria estar
melhor, avançada. Mas não.
Indubitavelmente,
o momento é de limpeza. E limpeza se faz assim: tirando tudo para fora,
arejando; selecionando aquilo que ainda serve, está bom; ainda tem valor, pode
ser reaproveitado. Livrar-se dos supérfluos; do que não serve mais e deixar
espaço para o novo. O que não dá para esquecer, mesmo e de fato, é de olhar
bem; reservar o que está bom; o que está ainda de acordo com nossa medida e
é de uso indispensável; para que não seja descartado junto com o lixo. Que não
façamos trocas equivocadas!
E
é na limpeza que os justos e bons são eliminados, feridos. O fanático, o
desesperado, o fascinado, o arrogante, o que não se reconhece e por isto nada
lhe basta; este mata, fere, deixa-se corromper.
O
justo, o bom, perturba. Exatamente porque ele se basta. Ele encontrou algo. O
seu ideal, sua fé, seu horizonte, seu sonho, sua ética, lhe basta e é muito
maior do que seu pequeno mundinho. Vê o que nosso olhar perturbado ou cheio de
ilusão, não alcança. E ele olha, ele fala; ele está impregnado disto que mais
dói dentro da maioria de nós; que é simples e essencial: sentido de viver. Aviva nossos brios e eleva os sentimentos e pensamentos. Por
isto, os justos morrem. Mas nunca morrem!
É
isto, queridos da profe! Agora, continuemos pensando e, sem esquecer: sentindo!
Outro dia retomamos o assunto ...
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