sexta-feira, 5 de junho de 2015 | Filed in:
Eu
falava sobre Gandhi, apaixonada que sou pela “ahimsa”. De repente, um aluno perguntou:
-
“Maisa, por que sempre matam ou ferem estas pessoas que fazem o bem; que são da
paz?”
O
silêncio foi intenso. Muitas respostas, imediatamente, vieram à mente; assim
como um grande pesar. Mas deixei o meu silêncio ocupar espaço. Deixei as
impressões de cada um ocupar espaço.
Eu
queria encantar e fortalecer meus alunos em relação à paz, à convivência
fraterna; apresentando a eles, algumas destas figuras maravilhosas que têm acompanhado o percurso
da humanidade adormecida, com sua presença, sua palavra e sua atitude generosa,
pacífica e perseverante. Queria apresentar modelos de gente de carne e osso, gente como a gente; vivendo não apenas sua vida, mas implicados, de fato, com o coletivo, o outro...
para que, depois, com seu olhar e sensibilidade, cada um deles pudesse descobrir e valorar, no seu cotidiano,
aqueles tantos que trabalham no anonimato, persistentes e generosos, para o bem
estar de familiares, amigos, comunidade... Mostrar que o mundo é feito de gente boa! Que os egoístas e
perversos ainda são exceção. Queria contribuir com a onda colorida, de emoção,
beleza e esperança paralela a esta de desesperança, banalização e menos valia de valores e
atitudes generosas, que se instaura, silenciosa e decidida por entre os rumores
dos escândalos, delações, violência e injustiças crescentes. Isto num mundo,
num século cheio de tecnologias, conhecimento e facilidades; onde a vida e a
convivência, tornando-se mais prática e cômoda, naturalmente deveria estar
melhor, avançada. Mas não.
Indubitavelmente,
o momento é de limpeza. E limpeza se faz assim: tirando tudo para fora,
arejando; selecionando aquilo que ainda serve, está bom; ainda tem valor, pode
ser reaproveitado. Livrar-se dos supérfluos; do que não serve mais e deixar
espaço para o novo. O que não dá para esquecer, mesmo e de fato, é de olhar
bem; reservar o que está bom; o que está ainda de acordo com nossa medida e
é de uso indispensável; para que não seja descartado junto com o lixo. Que não
façamos trocas equivocadas!
E
é na limpeza que os justos e bons são eliminados, feridos. O fanático, o
desesperado, o fascinado, o arrogante, o que não se reconhece e por isto nada
lhe basta; este mata, fere, deixa-se corromper.
O
justo, o bom, perturba. Exatamente porque ele se basta. Ele encontrou algo. O
seu ideal, sua fé, seu horizonte, seu sonho, sua ética, lhe basta e é muito
maior do que seu pequeno mundinho. Vê o que nosso olhar perturbado ou cheio de
ilusão, não alcança. E ele olha, ele fala; ele está impregnado disto que mais
dói dentro da maioria de nós; que é simples e essencial: sentido de viver. Aviva nossos brios e eleva os sentimentos e pensamentos. Por
isto, os justos morrem. Mas nunca morrem!
É
isto, queridos da profe! Agora, continuemos pensando e, sem esquecer: sentindo!
Outro dia retomamos o assunto ...
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