quinta-feira, 22 de março de 2018 | Filed in:
O dia que nasce sempre traz
novidades! Às vezes gritantes, às vezes silenciosas e sutis. As tragédias,
obviamente, paralisam e nos põem pensar. As pequenas delicadezas, gestos
inusitados, atitudes espontâneas e generosas também nos deixam sem fala. Também
nos põem pensar. Por estes dias, encontrei com uma destas:
Há uma mulher, uma destas
“extraordinárias” anônimas que, costumeiramente, às tardes, vai ao hospital;
mais especificamente à ala pediátrica, levar fraldas que arrecadou, em
campanhas ininterruptas, para as crianças desprivilegiadas. Mas não só levar.
Ela troca fraldas, cuida, brinca,
conversa, escuta! E não só as crianças. As mães também! E não só escuta! Se
disponibiliza para que uma e outra descanse um pouco; tome um banho; vá para
casa ver os outros filhos; organizar a vida...
É pouco? Insignificante?
Talvez para alguns. Mas não
para quem sabe (ou consegue se colocar no lugar) como é intenso e exigente
estar num hospital com um filho pequeno doente; ainda mais se não se dispõe de
alguém para ajudar, revezar e nem sustentar.
Quando a violência, a
injustiça, o desrespeito arrebentam, corrompem, dividem, excluem, silenciam,
amedrontam, discriminam e envenenam;
ela, com seu trabalho perseverante, generoso e otimista, curativa, acarinha, ouve, dá voz, encaminha,
encoraja, semeia esperança.
“Dar a si” e não somente “de
si” é de uma delicadeza, de uma sensibilidade ética que chega doer!
Este “tipo de gente
extraordinária”, os “bons samaritanos”, veem o outro além das aparências, das
diferenças e rivalidades. E nos recordam nossa humanidade latente e grandiosa
de ser... bastante esquecida e "desnaturada" no vaivém dos dias; na alienação das horas, no embrutecimento das relações e no crescimento do medo.
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