segunda-feira, 11 de outubro de 2010 | Filed in:
Medo de morrer e deixar os filhos pequenos, desamparados. Medo das drogas. Medo das “más companhias”. Medo diante da impotência para proteger e impedir a dor dos filhos. Estes são os fantasmas terríveis que assombram as mães, os pais; pelo menos, a maioria que conheço. Todos pertinentes, na minha opinião. Fantasmas bem concretos. Exigindo da gente, mãe\pai, muita força para seguir em frente, todos os dias, liberando sempre um pouco mais de espaço para eles, até que finalmente voem para longe de nós, cuidando de suas vidas. Amar por amar, cuidar e respeitar. Sem sufocar. Sem inibir, sem dirigir e sem invadir, engolir. E, ao mesmo tempo, proteger, estimular e acreditar. E colocar limites. Conversar, ouvir e não banalizar. Não deixar as rédeas soltas e também não apertar demais! Não dar tudo e não deixar faltar o essencial. E o que é o tudo e o que é o essencial? Qual a medida certa? E quando alguém machuca, fere o nosso filho? E se algum miserável oferece a droga, a bebida e rouba seu riso, sua presença, sua liberdade, seu futuro e sua vida? E quando faltou algo? E quando o filho, em algum momento não tem forças e nem “pernas” para ir ao mundo? E quando ele nega tudo que acreditamos e esperamos? E quando ele não tem sonhos, quando não deseja? E quando ele quer pouco e nós muito? E quando é tão diferente de nós, que nos assusta? E quando é tão parecido que nos choca? E quando nos devolve o que de fato lhe demos ou não demos? E quando nos flagra frágeis naquilo que mais cobramos dele?... E quando nos superam em virtudes e atitudes? Meu coração se aperta... numa mistura de ternura, emoção e assombro e falta! Porque um filho é algo tão próximo e íntimo quanto distante e desconhecido. Está sempre ali, mesmo que distante, produzindo alternâncias: exigências e gentilezas; invadindo e cuidando; aprendendo e ensinando; inquietudes e deleites indizíveis; confiança e temor; raiva e profundo amor; insegurança e orgulho... Por vezes fico assim, com este desejo de expressar o que sinto, quando mergulho neste conteúdo. E me vêm à lembrança, junto com a imagem dos meus filhos, a parábola do filho pródigo; daquele pai-mãe que conseguiu aprender, de fato, amar, respeitar, separar-se, continuar amando, esperar, desculpar e acolher o filho, sem fazer julgamentos. O coração da gente fica sempre mais apertado, ocupado, inquieto e sensível com aquele que está de um ou outro jeito ou motivo, mais frágil ou distante... Tudo isto para dizer que dois filhotes estão sempre comigo, partilhando meu espaço, carinho e oração cotidiana; mas que hoje, especialmente hoje, meu pensamento, carinho, cuidados e amor inteiros estão voltados para aquele que está longe há nove meses; provocando em mim, orgulho, alguns suspiros inquietantes, além de muita, muita saudade! E vontade de dar um abraço bem apertado: Feliz aniversário, filho!
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