quarta-feira, 28 de março de 2012 | Filed in:
Quando ouço esta música sinto-me como que lançada ao vento e ao tempo; buscando-me e perdendo-me de mim mesma ... assim como folhas varridas nos dias de ventania, ou como nuvens que viajam rápidas pelo céu, compondo e decompondo figuras incessantemente... uma viajante solitária neste universo, ancorando aqui e ali, atando e desatando laços incessantemente; com a certeza de que cada laço é uma marca deixada na porta por onde entrei e passei. Não fiquei. Porque assim é o viver: passagens. E eu gostaria de ter ficado em alguns lugares, se não para sempre, pelo menos por um tempo maior. Porque era bom e eu sabia que era bom. No ritmo da vida, os caminhos e as portas se abrem e se fecham incessantemente enquanto, numa gangorra ou numa roda gigante, se sobe e desce, sobe e desce, sobe e desce, incessantemente... fico em dúvida se a gangorra ou roda mudam de lugar também, ou se é o cenário que vai mudando e a cada subida e descida se vê coisas diferentes... ou se a cada subida e descida a gente é que fica diferente, com o olhar mais apurado ou apagado e vê as mesmas coisas de outro jeito, outro ângulo... Vou ficando mais velha e mais consciente deste movimento e de que o conhecido e o desconhecido se conhecem e estão se encontrando o tempo todo; assim como o que passou e o está por vir, também. E que tudo parece um reencontro. E eu me reconheço e me reconstruo a partir destes sons, risos, choros, falas emoções, sentimentos, toques, partilhas, fatos que reencontro e ecoam em uníssono e incessantemente, em cada coisa, em cada encontro, fora e dentro. Uma gigante, profunda e serena saudade...
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