Casulo


Dentro, a lagarta
processa o que acumulou.
Se enfeita,
esmera, capricha!
Um detalhe aqui,
outro ali...
Quer ficar linda!
Quer  viver!
O projeto é grande
bonito!
O mundo lá fora
é promessa de deleites...
O tempo passa
e passa do tempo...
... O que houve?
Medo? Insegurança,
Narcisismo em excesso?
Culpa?
A borboleta não saiu,
não voou
não conheceu
o que mais queria!
No casulo
ficou aprisionada.
O que viria ser
nunca foi...
Protegida no casulo
secou.

 

2 comentários:

Eliciane disse...

Que forte isto Maisa! Me fez pensar... Eu, ao contrário, sempre achei-me a feia lagarta. Recebi (e ainda recebo) surpresa as asas lindas que a vida foi me apresentando. Pouco a pouco, vagarosamente fui me percebendo feliz!

Maisa Schmitz disse...


Querida Eli! Aprecio tanto suas observações! A vida tem de tudo! Tantas coisas, percepções, experiências diferentes... gosto de observar, ler estas sutilezas! Você, certamente é uma linda borboleta colorindo e enfeitando o mundo com sua arte! Abraço!


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2025, 16o aniversário do Blog! Pulei 2024, ano dos 15 anos. Aconteceu sem intenção. Retomo, agora, este espaço e esta escrita e me preparo para metaforizar silêncios e ausências. É o que eu gosto.

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