terça-feira, 25 de junho de 2013 | Filed in:
- Ai, gente! - Exclamou meu filho, desolado e emocionado, entrando em casa, com a camiseta suja de barro
e um gatinho, de pelo avermelhado, filhotinho ainda, muito magrinho e sujo, nos
braços. Na manhã chuvosa, voltava a pé, para casa, quando ouviu uns miados e
assim encontrou o gatinho, abandonado dentro de um buraco, próximo à rodovia.
Junto dele, um osso, todo roído! Disse que o gatinho tentava, em vão, sair do
buraco, que era fundo e que provavelmente, se a chuva continuasse, iria encher
de água. Não sabemos se vamos ficar com ele ou tentar encontrar um lar para ele
(já temos três gatos); mas enquanto as coisas não se decidem, cuidamos dele!
Banho, comidinha, lugar quentinho, seguro e muito carinho! E sigo pensando
nesta malvadeza... Ela repercute forte dentro de mim. Abandonar já é algo
terrível! Muita gente abandona animais nesta região, perto de nossa casa.
Deixam dentro de caixas ou na rua mesmo. É horrível, mas neste caso, os
animaizinhos ainda têm uma chance de encontrar alguém que os acolha... Nossos
gatinhos chegaram assim, aqui em casa. Mas abandonar dentro de um buraco, é de
uma crueldade extrema! É tortura! Deliberadamente eliminar ou dificultar ao
extremo, todas as chances do bichinho buscar alternativas de sobrevivência... Meu
Deus! Quanto abandono! Quanto abandono! Animais, gente, crianças, jovens,
doentes, idosos... meio ambiente! Educação, saúde, direitos, deveres, justiça,
valores, ideias, ética! Por vezes, dá um desânimo! Dá medo! Não este medo da
violência que assola o cotidiano perto e longe. Medo maior. Medo de que como humanidade não tenhamos mais jeito! Tão bom
seria culpar alguém e pronto! Encontrar um culpado para todas estas dores,
abandonos e desrespeitos. E culpando, tudo se resolvesse. E não houvesse mais
abandono de nenhum tipo... Enquanto não encontro quem apontar, o tempo passa...
e de repente ouço uma melodia, vejo um arco-íris, leio uma poesia, observo
jovens se encantando e defendendo ideais, recebo um carinho, vejo os olhos dos
alunos brilhando falando de amor, de respeito, de justiça, de Brasil; escuto
uma “vozinha” doce chamando “vovó”...
e então uma chama reacende! E de novo quero acreditar nos encontros e na
possibilidade de dias bons para todos.
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