domingo, 16 de junho de 2013 | Filed in:
Salão e academia. Facebook. Celular. Consumir.
Uma roda... por vezes fico com estes pensamentos, observando a vida... É
possível viver sem estes recursos, hoje e, não sentir a exclusão? Minha
netinha, com 1 aninho, já demonstra grande interesse e parece ter uma predisposição e preparo para
lidar com as novas tecnologias. Já se aproxima do celular e do notebook com o
dedinho indicador posicionado, como se tivesse intimidade com eles e soubesse
manejá-los. Isto, só de observar os pais, tios, avós. Impressionante a
capacidade de observação e elaboração das crianças! Lembro que eu toquei num
aparelho de telefone, pela primeira vez, quando tinha 15 anos! E tinha vergonha
de falar. Ainda hoje não construí intimidade com ele; por isto não tenho
celular e só falo ao telefone por extrema necessidade. Prefiro escrever e por
isto, logo me identifiquei com o computador. Com ele construí intimidade; embora,
meu conhecimento seja bastante restrito e bem específico. Vejo os alunos, quase
todos têm celular e um excelente manejo do computador e suas funções! Quem não
tem, fica à margem. E quanto à estética? Quem vive sem fazer as unhas, pintar o
cabelo, fazer massagem, escova; depilar, drenagem, musculação, regime, limpeza de pele, plástica... está à margem. Sim, está.
Assim como está quem não fala uma outra língua, não tem tal aparelho de TV; não
tem e não sabe o que é um iPad, iPhone, Wi-Fi, tablet, não tem facebook, não
tem celular, não usa roupa de marca... não viaja para o exterior; não vai pra
Disney! E tudo isto é coisa boa!!! É presente para qualificar, colorir a vida!
Mas, de fato, qual é a necessidade, o
lugar e o momento de cada um destes adereços, na vida cotidiana, parece não
estar bem resolvido, nem para os adultos e muito, muito menos para as crianças
e adolescentes, que estão “à mercê” dos adultos. Cadê o pensamento? Se alguém
tem algo, por que mesmo que eu também tenho que ter? Por que não é tranqüilo e
bom ver o outro bem com o que é e com o que tem (e pode ter) e ficar tranqüilo
com o que sou e tenho? Nesta conversação toda, entram não só as questões envolvendo as interações pessoais,
sociais, emocionais; mas também, as financeiras: haja grana para tanto consumir! Então a gente vai “se virando” e depois vê no
que vai dar e o que pode fazer, “correndo atrás do prejuízo”, se houver... e se
houver lucro: ufa!!!! De repente, penso que é assim mesmo... quando pequena,
muitas famílias tinham televisão em casa; mas na nossa, ela só chegou bem mais
tarde, eu já tinha 11 anos. Era artigo de luxo! Mas não lembro que sofrêssemos
por isto, nem que meus pais brigassem por causa disto; ou que isto gerasse
desconforto a mim ou a meus irmãos. Tínhamos outros envolvimentos. E a TV, nem
foi meu pai quem comprou. Ganhou do
chefe dele. Ele sim, considerava um atraso de vida alguém não ter uma TV. Os olhos dele estavam em outros horizontes,
já. O nosso olhar ainda não alcançava o dele. Com certeza, a TV, hoje, aproxima
os horizontes todos. A gente vê tudo; o que gosta e o que não gosta; o que
precisa e o que é supérfluo e, o que os outros têm e a gente não. Isto, com
certeza, gera muito desconforto e faz a diferença...
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