domingo, 25 de janeiro de 2015 | Filed in:
Aprendi, pelo olhar, sentimento e relatos de minha mãe e também convivendo, a admirar muito os tios, homens trabalhadores, que deixaram belos exemplos para os filhos e todos nós.
Por ser mulher, minha identificação e observação maior foi direcionada a elas, às filhas do nono e da nona; por quem tive e nutro grande afeto.
Na foto, faltam duas (precisamos reuní-las para fazer uma
foto oficial): uma tia que mora numa cidade ao lado e outra tia, queridíssima,
que está muito enferma. Aparecem apenas três: minha mãe e duas tias.
Sempre admirei a cumplicidade destas cinco irmãs e sonhei muito em ter uma irmã para dividir a vida, como elas. Mas não tive. Na infância, eu gostava de ir com minha mãe na casa da nona ou de uma e outra tia, semanalmente, para o “mate”, quando também encontrava algumas primas e primos. Estes, eram muitos. Alguns mais velhos, estudavam naquele turno ou trabalhavam e, assim, não nos encontrávamos tão amiúde; mas a quem, nós, os menores, olhávamos com admiração. Também visitávamos, com certa frequência, a casa da tia que morava na cidade vizinha, em finais de semana ou nas férias, o que era um grande acontecimento!
Sempre admirei a cumplicidade destas cinco irmãs e sonhei muito em ter uma irmã para dividir a vida, como elas. Mas não tive. Na infância, eu gostava de ir com minha mãe na casa da nona ou de uma e outra tia, semanalmente, para o “mate”, quando também encontrava algumas primas e primos. Estes, eram muitos. Alguns mais velhos, estudavam naquele turno ou trabalhavam e, assim, não nos encontrávamos tão amiúde; mas a quem, nós, os menores, olhávamos com admiração. Também visitávamos, com certa frequência, a casa da tia que morava na cidade vizinha, em finais de semana ou nas férias, o que era um grande acontecimento!
Além de brincar, eu, particularmente, nestes encontros, adorava observar que enquanto o mate ou o chá-de-mate girava, junto com as bolachinhas, cucas, bolos ou calça virada, a vida era atualizada. E elas, minha mãe e as tias, riam muito e também se queixavam de coisas que não lembro. Eu lembro apenas da sintonia, do calor e de como era bom ficar ali, entre elas, ouvindo o que não entendia, mas que intuía ser do universo feminino; feito de sutilezas, muito trabalho e da alegria que elas extraíam da sua rotina de labuta, dificuldades, limites, sonhos, expectativas. Estas sutilezas eu assimilei. Elas ficaram registradas no mais fundo de minha alma e em vários momentos e fases da minha vida, vieram à tona. Pude compreender, transformar e amadurecer graças a elas. Mulheres trabalhadeiras, caprichosas e peritas na arte do asseio da casa; do passar uma roupa, lavar uma calçada, preparar um mate; fazer uma comida gostosa; um doce mais do que doce! E ainda, na arte de ocupar-se com os filhos, os netos; acolher uma a outra... Cada uma, a seu modo, agindo e reagindo diante da vida e suas demandas; fortes, talentosas, jeitosas, belas; com uma elegância natural.
O tempo passou. Distâncias geográficas se instauraram, mas quando eu as reencontro, o afeto e a conversa fluem como antes.
Queridas mulheres formidáveis! Que com o pouco, sempre fizeram muito; extraíram essências; seguiram em frente, nem sempre acertando, nem sempre agradando; mas "segurando pontas", feito rochas, porto seguro, abrigo... Eu reconheço e vejo vocês (e o que não alcanço ver, intuo) e todo seu brilho, toda sua beleza, sua generosidade e todos os seus feitos cotidianos (uma lista longa que sai do anonimato na medida que aprofundo o olhar) dedicados, na gratuidade, aos seus queridos e a tudo que seus corações elegeram como valor.
This entry was posted on 17:54
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2 comentários:
Fantástico !!!!!! Parabéns Tata !!!!
Bem assim ...........
Saudades !!!!!!!!!!
Grande abraço ......
Cuti.
Elas são mesmo, muito!!! Obrigada "mano véio", querido!
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