quinta-feira, 31 de janeiro de 2013 | Filed in:
O
vidro da janela deixava entrar uma luz tênue que se destacava na escuridão do
quarto. Olhei para fora e encontrei com a escuridão silenciosa da mata...
percebi que aquela luz, suave como uma carícia, vinha do alto e, com um pouco
de esforço e contorcionismo, consegui ver, por entre tantos troncos, galhos e
folhas, de 0nde vinha... Lá em cima estava ela, a lua! Linda, quietinha. No seu
passeio noturno olhando tranqüila para tudo que se mostrava e exibia sem pudor e, espiando cúmplice, intimidades, inclusive as da alma. Quantos segredos e
tesouros abriga nos seus contornos e essência... Ah! Que bom
descansar no seu abraço! Viajar, na magia do seu encanto, para bem longe
das mazelas, do desalento e das impotências. Ancorar nas portas e janelas das
possibilidades, abertas e arejadas.
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Embaixo da parreira, na beira do lago rodeado de verdes e de
helicônias vermelhas, conversava com um amigo, ex-colega. Tão bom! E tinha
chimarrão! Ele enriquecia a interação e fazia as “costuras” entre uma conversa
e outra (de forma única), como tem feito há tantas e tantas gerações... A nossa
era uma conversa de sintonia e de partilha; que começou pelo sentimento de
pesar e solidário com os pais e familiares dos jovens envolvidos na tragédia de
SM\RS. Este assunto nos levou a andar pelo campo onde estão nossos filhos;
falar do quanto nos ocupamos com eles e sobre as inquietudes e delícias que
povoam o nosso cotidiano na lidança com eles... Isto nos conduziu ao campo do nosso ofício, o trabalho nas escolas; do quanto gostamos deste fazer e desta escolha! Adentramos no campo da lidança com nossos pais; nesta inversão de lugares que
ambos experimentamos (eu mais do que ele): de filhos que antes eram cuidados,
para filhos que agora cuidam, se ocupam dos pais, idosos... Prosseguimos
pelo campo dos ideais, partilhando sonhos, planos, projetos sociais onde ele
tem maior experiência, uma vez que sempre foi um articulador implicado com sua
comunidade. E chegamos no campo da espiritualidade, da fé como cada um a
concebe; da oração e sua importância no nosso dia-a-dia; do bem que ela nos faz
no sentido de serenar, compreender, aceitar, encontrar forças, abrir os olhos e
a mente; ter paciência, amor e compaixão e, de como nos faz bem rezar
pelo outro, especialmente por aqueles que amamos! Interrompemos a conversa por
causa da hora! Deixamos um “resto” para um outro dia, que não sabemos quando.
Mas isto não importa, pois os laços de amizade mais dia, menos dia, aproximam
outra vez os amigos. Nos despedimos com um abraço e então ele falou: “eu vim
por isto. Sonhei contigo e vim buscar este abraço”! Eu fiquei pensando no quanto isto
é importante e precioso. Talvez um abraço não esteja na lista das necessidades,
prioridades ou essencialidades da vida atual. Talvez muitos não necessitem de
abraços; não gostem, não deem e não recebam e está tudo bem. Talvez, abraços
estejam banalizados, desvalorizados, mal interpretados. Para mim, um abraço é
uma casa. Desumano não ter uma casa, um lugar para voltar, abrigar, descansar,
refugiar, reabastecer... Desumano não ter ali, alguém que nos cuide, acolha
como somos e com quem possamos contar. Um momento de profunda alegria ou de
tristeza e extremado desespero,
só um abraço compreende, valora e cura. Neste contexto de injustiças, falcatruas,
“jeitinhos”, egoísmo, hipocrisias e muita solidão; nestes dias de tanta dor,
questionamentos, inconformidade e críticas, vamos
doar abraços! Não dói. Só faz bem. Na verdade, é tudo de bom! Dar e receber. Bom precisar e
ganhar um abraço! Doloroso precisar, pedir e não ter escuta. Ou não ter coragem de pedir ou de dar.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 | Filed in:
Falta!
Falta algo
falta alguém
falta um.
Falta:
privação
ausência
carência.
Pode ser
erro.
Sinto falta.
Estou em falta.
Na falta
busco
não encontro,
enfraqueço
engulo.
Em falta,
faço de conta,
esqueço
desintegro na culpa,
assumo ou anulo.
Dor que mais dói,
a falta.
Mais ensina
e mais cobra.
Falta...
buraco fundo
sem fundo!
Contornado de
levezas
e suavidades
forjadas pelo tempo
que, sem anestésico,
transforma dor
em paciência
saber
e amor.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 | Filed in:
O
mundo acabar de acordo com um anúncio, data marcada? Não acredito muito nesta possibilidade de um final
apoteótico, apreciado das arquibancadas ou dos esconderijos. Acredito mais no
que vejo acontecer, no inesperado de um momento aparentemente qualquer, mas
muito especial para quem o está vivendo. Meu querido cunhado não sabia que
aquele seria o último chimarrão da sua vida, antes de sair de casa para buscar
o filho na escola e um assassino de aluguel, friamente e por motivo fútil, com
quatro tiros, subtraí-lo da família, de nós! Os jovens faceiros, cheios de vida
e ânsia de viver, que se enfeitavam em suas casas para os encontros, show e
diversão que aconteceriam numa festa, na boate Kiss, no sábado que passou, em
Santa Maria, também não sabiam que estavam se preparando para sua última festa
e que a vida seria ceifada, de modo tão dramático e por falta de cuidados
simples... o pai ou a mãe de cada um deles sequer imaginou, antes que saíssem
de casa, que aquela seria a última vez que veria seu filho, sua filha com
vida... e aqueles pais que moram em outras cidades e quem sabe há quanto tempo
não viam ou não falavam com o filho, a filha... (por um longo tempo, tive dois
filhos muito longe de casa e sei muito bem falar dos sobressaltos, dos medos e
fantasmas que assolam a cabeça e o coração de pai e mãe, mesmo sabendo que “os
filhos são do mundo”)... assim tantos acidentes, tantos imprevistos provocando
estes hiatos e silêncios dolorosos na vida de todos nós... Muitos, todos os
dias, recebem um aviso, um papel com uma sentença de morte, por causa de uma
doença; mas mesmo assim, há o inesperado; sempre contrariando as expectativas, os
diagnósticos e prognósticos. Fez, faz, faria diferença saber? O dia e a hora de
morrer? Por vezes eu penso: será este o último texto que escrevo? Última vez
que vejo meus filhos, minha neta, este ou aquele? Último dia? Último amanhecer?
Última vez que escuto as minhas músicas preferidas? Que me emociono diante dos
alunos, da magia da noite, dos verdes, do encanto da chuva, de um olhar, de um
abraço, dos encontros e trocas? E junto, me pergunto: faz diferença saber? Ach0
que na intensidade, sim! Na intensidade do meu olhar, do meu afeto, da minha
palavra, do meu abraço, da minha atenção ao outro... estar inteira ali onde
estou, consciente de que quero dar o meu melhor, mesmo quando isto não sai bem
como eu desejo! Só isto. Por outro lado,
a gente não pode dizer que a vida não nos dá chances de mudar, fazer diferente,
cuidar mais das coisas, dos afetos, da própria vida. A busca pelo prazer
imediato e permanente está banalizando e escondendo a beleza do viver. Se a
gente presta atenção, percebe que de fato, só é preciso cuidar. Cuidar da vida,
para que quando a morte chegue (e ela vai chegar, não tem jeito), não fique a
sensação de que algo não foi vivido, não foi cuidado; de que não se fez o que
tinha que ser feito: viver bem! Isto significa e implica em cuidados básicos:
higiene, boa alimentação, respeito consigo e com o outro, atenção, proteção e
afeto. As religiões dizem que todos nós temos a nossa hora, mas que ninguém
sabe qual é; algumas ainda dizem que 50 % do que nos acontece, incluindo a
morte, está relacionado ao carma e que não há nada a fazer em relação a isto;
mas que os outros 50 % acontecem por acidente, ou seja, por falta de cuidado,
atenção. Não precisavam acontecer e nem do jeito e hora em que acontecem. Mas
isto não consola, não tira, não apaga a dor. O dia seguinte à perda, chega
carregado de nossa impotência, desespero, culpa, raiva, indignação, medo,
fragilidade ... Acho que a gente tem que se indignar, SIM! Indignar com a falta
de cuidado, tanto na vida pessoal, quando na coletiva, onde o básico não
acontece ou acontece pela metade: o simples cumprimento das leis! Elas estão aí
justamente para garantir os cuidados essenciais para com a VIDA! Impressionante
o ser humano! Ao mesmo tempo que todos os noticiários estampam que centenas de
famílias, uma cidade, um estado, um país, lamentam e choram, hoje, esta perda
injustificável de tantos jovens, filhos queridos; eles também registram que uma
mãe deixou seu bebê, que não estava bem, sozinho na sala e foi dormir. Ele
morreu e ela o jogou, dentro de um saco, no lixo... Ela tinha mais filhos,
todos mal cuidados, vivendo precariamente. Eles nos mostram também, todos os
dias, homens e mulheres, jovens, desperdiçando e desrespeitando sua vida e a
dos outros com as drogas, as bebidas, a bandidagem e a ignorância em todos os
níveis. Extremamente mexida com tudo isto, solidária com tantos pais, mães e
irmãos que perderam ou estão na iminência de perder um querido, de forma súbita
e “sem sentido”, penso, imagino, tentando articular uma saída para minha dor,
minha indignação; uma saída para esta dor dos outros e minimizar ou evitar
dores futuras: cada um cuidando com carinho da sua vida, suas responsabilidades,
seu trabalho e implicações; respeitando o outro e as leis e... pronto! Tão
pouco! E já seria um paraíso! Será que a gente não quer, não merece ou não sabe
fazer?
domingo, 27 de janeiro de 2013 | Filed in:
Vida e presença
têm movimento
som, feitos e
efeitos,
coisas arrumadas
que são bagunçadas
e outra vez
ordenadas
num sem fim
constante
gratificante!
Casa "alvoroçada"!
Cama desarrumada
colcha mal dobrada
toalha mal pendurada
tênis e meias
num canto esquecidos...
Pia com louça
empilhada
mesa cheia de
farelos
pratos, copos e
xícaras
recém usados
num sem fim de
agrados!
Filhos em casa!
Ai que bom!!!
Longas conversas
ao pé do ouvido
sérias e tolas,
atualizando o
vivido...
Risos, abraços,
questionamentos e
broncas,
mistura de
pensamentos
e sentimentos...
O novo sempre
aparece e,
a possibilidade de
aprender, mudar!
E o que é impossível
resolver? Respeitar
acolher...
Nem tudo certo,
nem tudo como
cada um quer...
Mas os laços se
acarinham
gerando energia e
força
neste exercício
corajoso de
se permitir tocar...
Forjam cumplicidade.
Em algum momento,
o esperado
ou inesperado hiato:
hora de ir embora!
Silêncio... e nele,
um vazio
do qual se ocupa
a saudade
e onde se dilui a
dor
materna e sem
nome...
Que devagarinho
aprende e se refaz,
mergulhando nisto
que urge aprofundar:
a atemporalidade
do amor!
sábado, 26 de janeiro de 2013 | Filed in:
Cachoeiras
despencando pelas
calhas,
gotas ininterruptas
saltando dos
telhados e
estalando nas
calçadas,
faceiras,
saltitantes!
Pingos grossos,
espelhando-se e
formando círculos
nas poças d’água
no lago
na piscina azul...
numa dança
fascinante!
Um rodopiar, unir e
dissolver
incessante...
Água que vem do céu,
cristalina e macia
envolvendo
e deslizando pelo
corpo
numa carícia
refrescante!
Banho de chuva!
Magia transformando
tudo em alegria!
A criança emerge
do adulto
enrijecido...
privilégio!
De volta à fantasia!
Só criança para
deleitar nesta festa
chupar picolé
comer pipoca
saborear pirulito!
Deslizar na calçada
andar na ponta do pé
e rodopiar,
borboletear!
Rir do nada
abraçar o momento
inteiro, fundo,
com o tudo ali!
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 | Filed in:
Minhas palavras
quero que sigam,
encontrem seus
destinos
desatreladas de mim.
Tomam vida sempre
por mérito de
quem as inspira;
assim como a beleza
está em quem a
possui
não em quem a
descreve!
Assim o amor
estava em mim
mas não sabia
até que me chamou
e ouvir foi
minha cura
entre tantas
existências
e dissonâncias.
Assim que
a palavra sozinha
é oca
mas enlaçada
é fértil.
E me encanta
enquanto canta
dentro de mim
e se articula fora,
enamorada de
seu conteúdo e
ansiosa para
cumprir seu curso.
E chegando lá
me faz feliz aqui.
| Filed in:
Funda
e doída
e doída
a solidão disfarçada
entre tantos
e ninguém.
A conversa vazia,
fumaça
que ninguém guarda.
Olhares que
não se ocupam.
Cabeças
que tramam.
Corações
fechados.
Fastio do
faz-de-conta;
ansiando o
faz-de-verdade,
a solidão preenchida.
a solidão preenchida.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 | Filed in:
Assustador!
Não só a violência,
o preconceito, a ignorância,
o suborno e a injustiça.
Assustador é o desencontro.
A incapacidade de ouvir
e compreender.
A cegueira
na defesa do que se crê
endurece e fecha
frestas, portas e janelas
enchendo tudo de farpas
e espinhos que ferem
e impedem encontros
toques, abraços e sossegos...
Isto me enche de pavor
e de fantasmas!
E eu tento fugir deles,
querem me roubar a esperança.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013 | Filed in:
bordadas
de terra lavrada
recortadas
e semeadas,
em
quadros e curvas,
em
todos os tons
de
verdes e marrons,
clareavam
junto com o dia
e,
de todos os lados e
do
horizonte claro,
braços
abertos
suspirando
espera,
funda
saudade,
me
abraçavam
Como
se fossem um livro
mergulhei,
reencontrando
pedaços
de história
ecoando
em correria
com
o minuano indiscreto
e
com as lembranças
carregaditas
de
tudo que foi e não foi
do
que parecia mas não era
do
que era e eu não reconheci...
com
o que na luz ou no escuro
certo
ou errado
vivi...
volto
pra casa
mas
não fico!
Minha
alma, ainda errante,
lá
entre os morros,
o
céu e o mar
busca
compreender
seu
maior
significante.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013 | Filed in:
A vida não está para
acontecer
a vida aconteceu.
Passou.
Não sei onde fiquei
parada.
Gastei meus sonhos
num tempo de
entrelinhas,
metáforas mal
formuladas
versos e palavras
escritas
mas não ditas.
Porém,
inexplicavelmente
teimosa
a fênix, em cinzas,
na manhã que chega
macia,
vai se
reconstituindo
diante das nuvens
vestidas de
cor-de-rosa,
dançarinas adivinhas
de chuva, no céu
e, das gotículas
que se acumulam no
parabrisa
e juntas,
córrego ágil e
faceiro,
deslizam pela
montanha russa
do vidro, da emoção,
chamando,
acarinhando e
avivando
minhas esperanças
e minha respiração.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013 | Filed in:
Quando o amor se ausenta
(amor se ausenta?
tira férias?
descansa?
distrai-se?)
tudo fica sem graça
tropeçando nas dificuldades
enredando nos medos
e limitações.
Por isto,
o poeta do NT fala que
“sem amor, nada sou”
e outros poetas
no tempo
e no espaço
vêm dizendo isto
com suas palavras...
| Filed in:
Por
vezes, o real assola, toma, invade com toda sua crueza e objetividade...
esmagador. Para suportar ou vencer, parece que só endurecendo, ou fugindo, ou
se entregando ou desistindo... Uma pegadinha! Da vida. Ela tem destas coisas...
manda uns fantasmas assombrar nossa fragilidade! Fugir não resolve porque os
desencontros são cada vez maiores e as distâncias cada vez mais
intransponíveis; assim como a compreensão. Desistir, renunciar, melhor dizendo,
por vezes, é o caminho, porque os enfrentamentos, no sentido de bater de
frente, quase sempre, consomem energia, não levam a lugar nenhum, porque somos egoístas e só vemos o nosso lado.
Os enfrentamos esvaziam, enfraquecem. E, endurecer é muito duro! Vou aprendendo
e me encontrando melhor, no entanto, na entrega. Deixar penetrar bem fundo, até cair
totalmente, para então começar um caminho de volta. Passo a passo, esquina por
esquina; nó por nó. Vendo todos os lados. Na verdade, aprendendo a valorizar o
meu lado. O do outro, estou sempre vendo e me enchendo de culpas. Suportar e
ultrapassar a “pegadinha” “é que são elas”; é curar a doença! A doença instaura
quando o olhar fica na superfície, quando o coração fixa no supérfluo e a mente interpreta equivocadamente. Aí dói. Quando a gente sai da superfície, fixa na
essência e interpreta corretamente, afugenta os fantasmas (que na verdade,
“eram de nada”) e o dia volta brilhar, com suas levezas e carinhos.
| Filed in:
Emoção especial esta de ninar um bebê...
grande, profunda, doce, unificadora... Eu adoro! Sou mãe, sou avó. A pequena dorme
e eu não penso outra coisa mais significativa do que observar e proteger seu
sono. A fragilidade do ser humano dormindo é profundamente tocante; mais ainda,
de um bebê! A fragilidade do bebê faz com que eu, adulta, sinta-me grande e forte; em responsabilidade e cumplicidade com o universo e com as divindades, cuidando
de uma criaturinha sua... Dizem que o sono é uma entrega (de confiança) muito
grande para uma espécie de morte... Mas eu sei que a qualquer momento, ela abrirá
os olhos, vai me reconhecer e vou dizer a ela, como disse tantas vezes aos meus
filhos (num tempo cronológico distante, mas recente na memória sensorial e dos
afetos), com meus olhos e minha voz: “estou aqui, fique tranqüila, minha
querida”...
| Filed in:
Todos os dias o sol
nasce
a natureza se veste
de muitos coloridos!
Todos os dias
uma nova
oportunidade
de bem viver
bem querer
ter bonitos
encontros
criar, descobrir,
aprender!
Produzir felicidade!
Aproveita os
momentos
curte as amizades
vivendo bem
todas e cada uma das
fases!
Agora, é ser
CRIANÇA!
Receber cuidados,
brincar, estudar
sonhar, imaginar
correr, pular,
dormir!
Acordar e outra vez
Aprender, pensar
sentir, cantar, rir
e brincar!
Semear saúde!
Descobrir a arte, a
beleza,
construir respeito,
carinho
por ti e por tudo
que partilha espaço
contigo
no universo, na
natureza!
sábado, 12 de janeiro de 2013 | Filed in:
Mais um dia
amanhece.
O frescor da brisa
que vem da mata,
ainda escura,
delicioso e jovial
revigorante (!)
fala do novo
chama para brincar
subir nas árvores
deslizar pelas trilhas
juntar conchas...
ver bem longe
ver bem dentro!
O peso do velho
e do igual
em prontidão:
cansado,
de boné “em punho”
para cobrir o sol.
Hoje não!
Hoje vou tomar sol!
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 | Filed in:
O QUINTAL está sempre
florido!
Cada canto com um canto
florido de sorrisos, conversas,
movimento, pinturas, cores,
cantoria, brincadeira...
Mãos e pernas
cabeças e corações
bocas e olhos...
de todos os tamanhos
todas as idades
inteiros e integrados
cheios, plenos
de singularidades...
O QUINTAL é um campo!
Um campo de terra fértil
que acolhe sementes delicadas
rega e cuida em cumplicidade
com o sol e a chuva,
o arco-íris e os Contos de fada,
as Letras e os Números,
as ciências e os afetos:
o tempo de processar
e o ritmo de caminhar!
E depois se enternece,
vendo desabrochar
no deslizar das manhãs
e tardes laboriosas,
entre risos, choros,
resistências e afagos:
a beleza singular de cada um!
Cada um,
um sujeito forte e belo
no seu limite e
no seu potencial;
incomparável a qualquer outro.
Único!
Desabrochando
no seu lugar ao sol!
E neste lugar,
se organizando,
pensando e criando
hipóteses e arte!
Curiosando a vida
buscando respostas!
Articulando a palavra
e a ação;
estabelecendo laços,
estendendo as mãos!
O QUINTAL é paciente
acompanha e não prende
olha, ampara e acredita
na semente potencial de cada um
e encaminha pra vida!
A vida real
de trabalho
de escolhas
solidariedade;
de luta e persistência
escuta e de
olhar atento!
Olhar que olha e vê!
Olha e se implica
olha e se coloca
olha e valora;
olha e dignifica!
Olha, respeita e produz!
Assim é o QUINTAL
um canteiro
cotidiano de
de muito labor,
exercício de amor,
colheita de flor
de todo aroma
e de toda cor
(QM de BC - SC)
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