sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 | Filed in:
Silêncio... Gosto desta palavra! Vem do latim “sileo-silentium”: repouso, tranqüilidade. Assim é o silêncio para mim; não uma ausência de sons, mas quietude. E na quietude, tantas coisas falam! Existem tantos sons, tantos significados... Por vezes, o silêncio tem sabor: é amargo quando exclui, ignora. É doce quando há acolhimento e cumplicidade. O silêncio dos sentimentos é tão impressionante! Pode ser salvador ou arrasador! Já se deparou com o silêncio terrível da indiferença, da rejeição, do medo, da raiva, da dor, da desconfiança, da mágoa? E com aquele silêncio fundo e maravilhoso provocado pela emoção do arrependimento, da ternura, da alegria, do êxtase, dos apaixonados, dos reencontros?! E o silêncio forçado e doloroso dos oprimidos, dos inseguros, dos inocentes, dos violentados, injustiçados e esquecidos? Indigno e corrosivo o silêncio dos infratores, dos omissos, dos que abusam, dos que “se acham” e não se importam. Eu adoro ouvir e me deleito com o silêncio da noite que fala baixinho, suave; da chuva cantarolante nas folhas, nas janelas e telhado; com o silêncio do mar suspirando a cada onda, lembrando dos seus tesouros escondidos; com o silêncio da música que torna presente todos os sentidos e os sonhos mais queridos. Com o silêncio da mata chamando, sedutora, para seus mistérios; com o silêncio dos passarinhos afinados e no seu alarido, delicados. Com o silêncio do amanhecer, gentil no seu despertar, presenteando com promessas que não consigo alcançar; com o silêncio majestoso das palmeiras, lembrando antigas histórias de nobreza de caráter; com o silêncio da chuva, sábia, inspiradora e curativa... E o silêncio das palavras? Ele é maravilhoso porque então os olhos falam! E eles não falam inverdades, hipocrisias. Eles falam daquilo que o coração está cheio.
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