Abraço!

No enlaço do abraço,
a expansão
do horizonte.
Encontro com a
voz das sutilezas
e das significâncias.
Roço a beleza,
a alegria!
Mergulho
no segredo
da quietude.
Intuo, levemente,
o que sou.

Chuva








Chuva intensa
encharca a terra
que, saciada
regurgita...
As sobras,
desorientadas
escorrem
lavando e levando
pelas ladeiras,
o caminho
e o que há pelo caminho...
Invadem quintais,
passeios;
as estradas nuas
e as vestidas de asfalto...
Algumas, organizam-se
formando poças
de resistência.
Outras, seguem
a massa
em corredeiras,
tubulações,
tribulações,
córregos e fios d’água...
Mas, em algum momento
solitárias ou
solidárias,
todas elas,
vulneráveis ao sol
e ao chamado do instinto,
esfumaçam-se,
elevando-se ao sopro das brisas...
Lá, do alto,
recompostas
regressam.
Vêm ansiosas,
vêm tranqüilas,
vêm de todos jeitos...
Cantando, acarinhando,
vociferando, abalando...
Mas vêm!
Vêm para repetir
o que nunca será
do mesmo jeito.
Acho que
assim como nós...





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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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