Quatro

Quatro mulheres. Ainda uma quinta, que eu lembro: Virgínia, minha avó materna; que não vive mais, mas que conheci e com quem partilhei um longo tempo da vida. E antes desta, outras e mais outras nesta cadeia materna maravilhosa! E voltando mais e mais, onde chegaria?... quantos nomes elencaria... e quantas destas mulheres seriam eu mesma, retornando e retornando, teimosa e esperançosa (seguindo a hipótese de termos mais de uma vida, o que me encanta profundamente!)?!!! Mas agora, de fato, somos quatro: Ottilia, Maisa, Lilian e Maria. E nos debruçamos umas sobre as outras na contemplação do milagre da vida que continua através de nós e no desejo de  que aquela que vem depois, avance, encontre as respostas, o caminho, seja mais feliz a partir das experiências e conquistas da antecessora! Quatro jeitos de ser, de olhar, sentir e de viver. Quatro incógnitas. Mundos distintos e interligados. Eu me sinto uma ponte, aproximando e fazendo, no momento, os elos, ao mesmo tempo em que revejo e reorganizou a vida a partir desta relação com elas. Um momento de mergulhos e voos profundos,  cheio de delicadezas e palpitações.

Passado e presente

O enorme coqueiro, com seus galhos flexíveis faz com que os raios do sol entrem brincando e entrecortados, pelos vidros da janela e encham, de luz  e calor, o quarto. Os verdes distintos da mata, a minha frente, também riem e brincam de pega-pega com os filhotes irriquietos do sol... Tenho minha netinha nos braços! Sinto-me tomada por uma ternura gigantesca, como se estivesse com o mundo inteiro nas minhas mãos! Eu canto pra ela! Ela se aconchega e dorme... E o passado e o presente se unem... Eu me sinto e me vejo cantando para os meus filhos pequeninos... como se o tempo não houvesse passado. Pura ternura! Unidade. 

Ainda se fala de amor!

O reencontro com uma amiga querida, que não via há mais de vinte e poucos anos está me oportunizando muita alegria! Reencontrar, atualizar a vida aos poucos, suavemente, sem alardes já é motivo de contentamento e dá um sabor e um colorido diferente aos dias! Em algum momento, em uma de nossas conversas, ela expressou que depois de tantos anos casados, ela e o marido ainda se amam, ainda falam de amor! Isto foi de uma delicadeza ímpar! E me reportou a tudo de bom que concebo! A alimentar  e curar qualquer coisa que não estivesse bem naquele momento! Tão pouco se fala deste amor que perdura! Se fala muito do amor frágil, que acaba, que sofre, que se transforma em rancor e seca; do abandono, da coisificação do amor; do amor não correspondido ou desrespeitado; do amor que silencia, se acostuma e se adapta à rotina ou, do amor que não existe. Mas deste... bem cuidado e que se alimenta, renova e está sempre crepitando, vivo (!) apesar do tempo, dos ventos e chuvas... ah! Quanto bem faz ouvir e falar! Poesia vivida.
           



           

Introspecção

    Todos os dias ganhamos coisas maravilhosas! Mas também perdemos e perder sempre dói, especialmente o que a gente ama. Hoje faz um mês que quatro tiros bem planejados e direcionados puseram fim à vida de um familiar, muito querido, com quem partilhei muitos e muitos momentos... Chove.  E é este o tempo que vivemos, de  instrospecção. Perder um querido produz uma dor, que de tão grande, cria um imenso vazio... E o mergulhar e encarar este vazio oportuniza lembrar, pensar, compreender e crescer com o que os sábios ensinam: “Vivam o presente, intensamente!”... “Onde está teu tesouro, aí está teu coração”. Cuidar e curtir os "nossos tesouros", agora!


O sabiá sabia...

Um sabiá, solitário, no alto mais alto do enorme coqueiro, clamava insistentemente... eu olhei para ele, pequenino e frágil, diante da imensidão a sua frente, expressando seu sentimento com tanta força, coragem, determinação... seu canto ecoava e diluía por entre os verdes da mata, o silêncio da manhã que despertava e minhas entranhas revoltas. Um canto lindo e esperançoso de uma resposta que não vinha! Ele não desistia e emitia sons cada vez  vibrantes, eloqüentes, apaixonados!  Sábio sabiá! Um pouco distante e depois um tempo bem significativo, de um outro galho vem uma resposta tímida. E o diálogo inicia (ou é retomado). Belo! Curativo.

Bilhete

Capitulina, amiga! Fiquei assim, sem palavras; sem aquelas que vêm espontâneas, direto da alma, deslizando cheias de força, de vida, de cor e perfume. Sobraram umas tantas, que se arrastam e enroscam aqui e ali... secas, repetitivas, óbvias, frágeis; sem força para avançar, criar. O analista, um dia falou sobre inspiração; isto que brota na gente a partir de algo ou alguém que sensibiliza muito... estou, de fato, assim, num momento muito distante do que me inspira fundo, do que desnuda e apazigua minha alma, ao mesmo tempo! Se escolher seguir assim, preciso estabelecer intimidade com a secura. Ou então voltar! Como o Filho Pródigo. Humilde e sincera para perto da fonte. A inércia "apequena".

Cortina brilhante

Gotas 
simétricas...
uma cortina brilhante
através da qual
eu olhava
surpreendida  e
maravilhada
a chuva mansa
banhando os verdes
ali, mais adiante
e ao redor...
desmanchando, decidida,
meus muros de faz-de-conta,
desnudando minha verdade:
Saudade! Saudade!

O que a gente tem de verdade...

     “Tudo que a gente tem de verdade, de real, é o trabalho, o resto é pura ilusão”. Ouvi de uma pessoa muito especial, que entende de gente, trabalha com gente; gosta de gente! Ouvi, mas ainda não tenho uma ideia sobre isto. Sinto que é profundo. Estou pensando... de quando em quando vem à lembrança... Num outro momento, eu, de cara, não concordaria. Imagina! Tantas coisas sempre foram muito “caras” e reais para mim... amor, amizade, filhos, ternura, cumplicidade...  Duro acreditar que se viva “pura ilusão” a vida inteira; acreditando em coisas que, de fato, nunca acontecem ou acontecem em  fragmentos ou nunca da forma que se deseja. Por outro lado, claro que mais dia ou menos dia, nos decepcionamos, conosco e com os outros. Invariavelmente magoamos as pessoas mais queridas (que dirá as nada queridas!) e também somos, em algum momento, desprestigiados de um lado e por quem menos esperaríamos. Porque assim somos nós, as pessoas; com pouco ou quase nada de controle sobre nossas emoções e impulsos. Além de imaturos. A verdade dói, envergonha e inibe; mas apesar disto, engrandece, liberta, dizem! Liberta somente quando se sabe lidar com ela. A culpa, a ignorância ou a arrogância mantém a escravidão quando aparecem depois da verdade expressa. Um emaranhado, dentro e fora! Repleto de fragilidades. Assim estou concebendo a vida, neste momento. Às vezes dá para deslizar por entre os nós e labirintos e tocar com suavidade; estabelecer intimidade com o outro e é tudo de bom e de bonito! Quando tudo adquire significado e a gente se encanta e reencanta! Brilha, faz poesia, cria! Às vezes, perde-se o equilíbrio e o senso de direção e nos prendemos nos nós e nos labirintos; nos ferimos, decaímos, nos afastamos, mergulhando no caos.  Às vezes tem volta. Às vezes não tem mais volta.  No trabalho... talvez no trabalho aconteça diferente... será? Estou observando...

Geada fria

Uma paisagem
linda, diferente
branca e fria.
0 chão, coberto
pela camada de gelo.
Os arbustos,
as árvores,
silenciosamente
tomados pela
geada branca e fria
cabisbaixos,
passivos
diante da impossibilidade,
esperando o sol!
Uma espera longa
e pacienciosa,
resistindo,
suportando...
Tudo rigorosamente
branco, limpo, frio,
quieto.
O lamento paralisado.
O movimento contido.
A liberdade vem com o sol!
E ele se anuncia
na ousadia
de alguns raios
que se antecipam
jovens e impulsivos,
na madrugada
que se despede;
com pouca força, ainda,
espalhando a notícia:
“o sol vem aí”!
E logo a luz dourada
se instaura,
entrando na brincadeira
do “pega-congela”,
descongelando tudo!
O sol!
Demorou mas chegou!
E as cores retomam
seus lugares,
os galhos se espreguiçam,
as folhas respiram aliviadas,
pássaros se aventuram
outra vez,  faceirinhos...
A vida pulsa
retoma seus ritmos
e segredos, forte.
Até a madrugada seguinte.

Doces momentos...

Filhos em casa. Eles estão sempre com a gente, na casa atemporal, o coração; mas como é bom, doce, tê-los alcance dos olhos! Contemplar seus semblantes, suas singularidades. Saber e acompanhar seus esforços, conquistas. Sentir e expressar nosso orgulho e afeto. Como é bom vê-los juntos, conversando, rindo, trocando; companheiros apesar das diferenças no pensar, agir, elaborar e produzir. Doce ganhar seus abraços, perceber o afeto nos seus olhos brilhantes! Meu pai lembrou, emocionando, que doce era o “mate” que sua mãe dava a ele e seus irmãos, depois que ela e o pai tomavam o deles. Ela esperava a água esfriar um pouco e acrescentava melado, o que adoçava o “mate”, uma vez que o açúcar precisava ser poupado, já que era muito caro. E como era bom este “mate doce”! Eu lembro do quanto eram doces as noites, quando fazia minhas tarefas de escola ao redor da mesa onde minha mãe passava roupa. Meus irmãos, menores, brincavam no chão, com seus carinhos e a mãe, centrada, passava a roupa do mesmo modo que faz até hoje, com extremo cuidado, carinho e detalhes. Eu gostava de olhar para estes detalhes!  Para a ponta do ferro de passar que ia com delicadeza e firmeza alisando aqui e ali, impecavelmente e como depois dobrava tudo com esmero e elegância. A “pilha” de roupa ficava alta; era cheirosa e firme; nunca vi uma peça escorregar, nem a “pilha” cair... Havia um clima de “quentura”, aconchego que fazia bem a minha alma e acho que foi com minha mãe, neste seu fazer, que aprendi a observar e valorar detalhes, pequenas coisas e gestos; embora jamais tenha conseguido ser impecável no meu fazer. Minha amiga ligou: “vem aqui comer um doce que o “maninho” me ensinou”. “Maninho” é um amigo querido. Fui e experimentei. Muito doce! Gostoso! Fiquei surpresa! Agradavelmente surpresa! Pelo doce além do doce: o doce dele, fazendo e ensinando um doce! Doce também a visão de um recém vovô; aquietado, finalmente (porque a vida toda teve dificuldade em parar, sentar, aquietar...) pela neta, pequenina, pequenina, bem aconchegada no seu abraço... dormia a neta, sono profundo, segura, fazendo beicinhos e dando sorrisinhos! Dormia o vô, relaxado e entregue à emoção, mas atento e cuidadoso no abraço, ciente da responsabilidade de proteger. Doce também este presente que se materializou: há um ano atrás recebi, no dia das mães, um cartão onde estava registrado:  “vale um neto”... Agora comemoro este dia das mães com o presente: a neta que veio, de fato! A vida é bela! Meus Deus! Apesar de tantas coisas insípidas, azedas, amargas, duras, injustas, tristes e violentas; há muito doce acarinhando, curando, alegrando e enfeitando as horas, os dias, os momentos! Se a gente olhar bem, vai perceber e ver, com certeza!

Madrugada

Madrugada
parceira.
Algo acontece ali,
na quietude aparente
de sons extraordinários
e sombras envolventes,
com os sentidos
e as percepções.
O tempo expande
descobre abrigos.
A noite é mágica.
O escuro clareia.

Puro medo!














O dia acordou luminoso,
mas inquieto.
Um corre-corre de ventos e folhas
buscando por algo
que não se sabe onde está,
onde ficou. ..
E que descompassa o coração!
Ou será o contrário?...
É pura saudade!
Saudade, que de tanta que era,
fugiu!
Ninguém acha, por isto a agitação.
Não se vê, mas se sente!
Está por  ali e pesa e dói e reclama!
Onde se aconchegou?
Em que entranhas aninhou?
Por que se escondeu?
Talvez quisesse brincar de
esconde-esconde!
Fazer uma surpresa
para depois morrer
definitivamente
de felicidade (!)
diante de  alguém
que podia chegar
a qualquer momento
numa palavra
num recado
num abraço
num sorriso!
Tola!
Se escondeu de medo!
Covarde!
Medo  de que
a palavra
o abraço
o  sorriso
a presença
não viessem
ou... da indiferença!
Ou... da despedida,
outra vez!

Cuidar

Voltei a visitar o canteiro da minha amiga. Agora aparecem os verdinhos das “mudas” que foram ali plantadas e até mesmo algumas flores, pois o “viço” da terra é enorme e o carinho também! Acho isto tão forte! Tão profundo! Emociona ver aquilo que é semeado e cuidado florescer, frutificar. Mas precisa cuidar. Querer, desejar, gostar muito não basta. Tempestades, ventos, frio, calor, inundações e seca acontecem. Não há como evitar. Mas se pode cuidar! Olhar, proteger, regar, acarinhar. 

Proximidade



Eu me sinto
tão solidária contigo
tão próxima de tuas dores
tuas alegrias!
Nunca compreendi tanto
o que é diversidade
e o que é unidade.

Suave...

Derrete meu coração!
Amor que jorra
enternece, suaviza
fortalece.

Hiato

Noite de lua
lua linda
soberana!
Eu a reconheço
ela me chama
mas agora não posso.
Frio, gelo
atrapalham meu passo
e vejo só reflexo...
amorteci.

Ainda existe...

   Ao abrir o portão da casa da minha amiga, de manhãzinha, quando fui tomar o cafezinho de todos os dias com ela, percebi, no meio do seu jardim borbulhante, perfumado e colorido, alguns canteiros sem flores, mas com a terra preparada para receber a semeadura. Lindo ver aquela terrinha revolvida, fofa, saudável a espera das sementes! Lindo! E por algumas destas associações que a gente faz, dentro, sem saber porque faz, lembrei desta melodia que o Wilson Paim canta... Aquela terra boa, esperando, entregue e esperançosa também me lembrou da parábola do Semeador, que adoro! E me lembrou de todas as coisas que eu sempre acreditei e que com alegria vejo que ainda acredito, apesar de alguns percalços! Um semeador saiu a semear.... meu Deus, que lindo! Há tanta coisa boa para semear por aí!  E tanta terra boa, esperando, ansiosa e fértil, por estas sementes!!!!  Vejo como todo mundo admira um jardim bonito, bem cuidado e cheio de flores! Mas poucos se dispõem a cultivar um... dá trabalho. Tudo que é bom dá muito trabalho! ...fazer, construir, manter, cultivar, cuidar... Fácil não fazer, criticar ou destruir. O desleixo, a preguiça, as justificativas... sempre mais fácil! O semeador não tem preguiça. Também não desconhece as durezas. Não é ingênuo. Mas ele confia na qualidade das suas sementes. E, apesar de tudo e de todos, semeia!  Por isto temos, ainda, tantos jardins enfeitando os olhos e a vida! Que imagem bonita esta do canteiro esperando... Um convite mais do que especial para este dia que surge, cheio de expectativas e possibilidades: preparar um canteiro... no jardim ou no coração.



Imenso gostar!



Tudo de bom ali
onde só tem lugar
 imenso gostar!
Um oceano
de calmaria
aconchego,
pura  alegria!
Mergulho no afeto
tempos diferentes
doce sintonia!


Dor e respeito

A morte coloca o ponto final definitivo e cruel. Ela ceifa, corta, acaba com algo aqui, sem dar a mínima importância ao que se passa, para  a entrada em algo que não se conhece ou para o que cada um imagina, crê, espera. Podemos não querer e nos rebelar, mas temos que nos curvar e mais dia, menos dia, aceitar. Não tem jeito, não tem saída. Uma lei que nos governa, atua firme e que com menos ou mais dor, se faz respeitar. O contato próximo com a morte que veio e levou um familiar querido, muito querido, está me fazendo sentir e pensar muito e muito não sobre a dor, mas sobre o respeito. A dor provocada pela morte é dilacerante porque impotente, mas a gente se curva, porque simplesmente não há o que se possa fazer. Ela percorre todos os caminhos e espaços dentro da gente e depois se resume e se  aloja em algum lugar, cercada de  saudade e respeito. A dor provocada pelo desrespeito não tem sossego, a gente não consegue se curvar, aceitar, compreender. Respeito. Do latim “respectus” "ação de olhar para trás; consideração, respeito, atenção, conta; asilo, acolhida, refúgio”... Em todo lugar, de quando em quando, uma atitude desrespeitosa assombra, magoa, apaga o brilho, destrói algo, alguém. Quanto cada um de nós tem necessitado de atenção, acolhida, refúgio e não tem encontrado... quanto cada um neste mundo desrespeitoso tem penado na solidão e ali gestado fragilidades, delicadezas, aprendizados ou alimentado ressentimentos e arquitetado vinganças... Aprendi, quando pequena, que respeitar era obedecer. Obedeci sempre e me considerava respeitosa. Equívoco. Vivendo, aprende-se que respeitar está muito além do que simplesmente obedecer. Invadir, impor, humilhar, banalizar, provocar, debochar, segregar, rotular, mentir, roubar, abusar, ironizar, agredir, ofender, fofocar, constranger, explorar, expor, pressionar,  matar... é desrespeito! Em um ou outro momento, todos fazemos isto ou aquilo, com maior ou menor consciência, intenção, premeditação ou conseqüências. Percebo e compreendo que respeitar é a coisa mais difícil de aprender e viver! E que antes de amar, é preciso aprender a respeitar! Se a gente respeita, já ama! Impossível amar sem antes respeitar! Povos não teriam sido dizimados, o meio ambiente não estaria ameaçado; as cidades não estariam inflando de gente, de carros,  de  injustiças, abandonos, guerras, fome, miséria, preconceito, violência... Não estaríamos amedrontados, horrorizados, acuados, indignados e desesperançados, perdendo nossos queridos precoce e indignamente, se soubéssemos respeitar! O respeito ou o desrespeito estão dentro de todos nós. O desrespeito não está só naqueles que nos ameaçam ou prejudicam. Se houvesse respeito, haveria paz. Por isto não há paz. Nunca haverá. Nem dentro e nem fora, enquanto não amadurecermos e aprendermos a respeitar. “Não é preciso, nem obrigatório gostar, porque isto é do coração,  mas é preciso, sim, respeitar; isto é obrigatório”...  acredito nisto e repito a mim mesma e aos meus alunos, todos os dias!  Respeitar o outro, seu jeito, seu tempo e seu espaço, o direito do outro; sem desrespeitar o meu jeito, meu tempo e meu espaço, meu direito. Ideais filosóficos, ensinamentos religiosos; dogmas, leis.. tudo vazio de sentido, mero palavreado bonito ou assustador se não está calcado no respeito... que se deveria aprender, recebendo e exercitando, desde pequenino, em casa, já no berço. O respeito que a gente quer e merece, a gente tem que forjar dentro e fora, o tempo todo, a vida toda... E ali, para quem quisesse ver, no final da tarde melancólica, cheia de incógnitas e silêncios, antes do nosso querido descer à sepultura, o céu abriu! A luz maravilhosa do dia nos abraçou e bandos de pássaros livres e cantantes, suave e respeitosamente,  sobrevoaram o lugar onde estávamos rezando. Nosso querido já estava livre!  E a esperança, para nós, renascia das cinzas. Agora é cuidar dela, com profundo respeito. E, por acréscimo, aprender e aprofundar o amor. Fazer um canto de paz.


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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