Páscoa com a Maria















    Domingo de Páscoa com uma netinha... especial em todos os momentos! 
    Cedinho, na missa, uma bela e gostosa surpresa! A vovó, na fila, recebeu a hóstia e, Maria, como as outras crianças, também ganhou pãozinho! E ainda, na saída, um bombonzinho! Delícia! -  disse o sorriso largo e lindo!  
  Depois, na casa da vovó... Oh! Os coelhinhos recém nascidos estão mais espertinhos, saíram da caixinha... "Olha só, vovó, ele tá mexendo as patinhas e o rabinho"!!! Oh! As surpresas continuam... "o que é isto, vovó"? Patinhas de coelhinho na escada, na  cozinha? O coelhinho saiu da caixa, entrou na casa... deixou pegadas, o danadinho, sujando a casa da vovó...!!!! Ah! Mas o que ele deixou aqui, para a Margozinha?! Uma cestinha linda! Uma cestinha com pãozinho de cenoura com cara de coelhinho e balinhas de gelatina? E outras coisinhas com carinha de delícia... nham, nham... nham!!! Bom tirar tudo da cesta, olhar um por um e depois recolocar e novamente tirar... e, de repente comer! Experimentar!!!! Pelo menos "só um pouquinho, tá, vovó"! "Que linda a minha cestinha, vovó"!!!... A boneca Bombom precisa de muita atenção; repassar todo repertório de canções; ser apresentada aos coelhinhos e à cesta que o coelhinho deixou; passear de carrinho, ser muito abraçada; trocar fralda, comer e dormir... e precisa de muitas cantigas para adormecer, a Bombom! A vovó e a mamãe precisam ajudar nesta árdua tarefa de cuidar da Bombom!  E também é preciso fazer a visitinha de sempre à vizinha Cecília, encontrar, lá, os netinhos dela... Ih! Que vergonha! Ainda bem que tem o colo da vovó para me aconchegar e dali observar o que eles fazem! Ah! "Quero uma maçã, vovó"! – diz, quando seus olhos encontram com a cesta de maçãs vermelhinhas. "O coelhinho gosta de maçã, vovó"? Gosta, Maria! Ele gosta muito de comer verdinhos, cenoura, folhas de couve, de funcho... "Agora... dá a mão, vovó! Mamãe! Papai! Dindo! Vamos brincar de roda"! E lá vai cantando e rodando... e rindo, feliz: "de olhos vermelhos, de pelo branquinho, de pulo bem leve, eu sou o coelhinho"... Gente! Só uma pequenina para fazer quatro adultos brincarem de roda, na cozinha, no domingo de Páscoa, à tarde! E foi tudo de bom!!!! Vamos brincar mais, Maria!!!Precisamos reaprender contigo.
    Bem nisto que eu acredito, no afeto que permeia tudo: os rituais religiosos, os símbolos, os encontros, as festas, os presentes. Se tem afeto, tem sentido, mesmo quando a gente ainda está aprendendo sobre o amor e ama "meio" confuso, "meio" sem jeito, mas com desejo sincero de aprender, refazer, recomeçar, mudar, renascer, viver dignificando e celebrando a vida. E isto é Páscoa! Sem afeto, não dá. Aí é consumismo! A gente só consome quando, primeiro,a solidão, a mágoa, a aridez, o abandono e a desesperança nos consumiu. 

Mamãe "coelho"

      

Na quinta-feira “santa”, o vovô comprou um coelho. O único que restara na agropecuária. Preto e já grandinho. A netinha, Margot, ao sair da escola, encontrou o presente, o “coeinho da Pácoa” e ficou muito feliz, eufórica e quis volta à escola para mostrar aos coleguinhas! Oh! Pode-se imaginar a alegria da criançada?!!! E dá-lhe oferecer água, verdinhos e ração ao “coeinho da pácoa”...
No sábado, pela manhã, vovô não estava e a vovó armou-se de água, panos, vassoura e balde para  limpar a gaiola do coelho e alimentá-lo. Mas não imaginara e não estava preparada para o que encontrou na gaiola “do coelho”....
Oito coelhinhos!!!! Oito coelhinhos peladinhos!!! Olhinhos fechados. Fazendo uns barulhinhos, resmunguinhos... De quase todas as cores! Pretinhos, cinzinhas malhadinhos e alguns “transparentes”!!!! Enroladinhos nos pelos que a  mamãe “coelho” deve ter arrancado de si mesma para envolver os filhotes! Mãe é assim!
Que susto! Que alegria! Como isto? Não era “um coelho”. Era uma coelha! Vovô compara, sem saber, uma coelha! E grávida! Gente! Os pequeninos pulsando, quentinhos e a mamãe “coelho” ali, forte, em pé, cuidando da prole! Certamente orgulhosa! Parira durante a noite, sozinha! Com os gatos Sig, Chanson e Roxo por testemunhas silenciosas... Natureza maravilhosa!
Puxa! Nove “coeinhos da pácoa”!!!! Vida! Vida! Vida! Muita vida!!!! De presente, no sábado de aleleuia! E a vovó limpou tudo que restara da longa noite de parto... Deixou tudo cheirosinho e arrumadinho ao redor da casa,  improvisada, de coelhos. Junto com o dindo, organizou uma caixa de papelão para abrigar os pequeninos e protegê-los do excesso de luz e olhares. A mamãe “coelho”  a postos, olhando, tensa e atenta; alimentado-se bastante. Até agora, a mamãe “coelho” e os oito filhotinhos, passam bem! Obrigada!

Aprender


Dá-nos
solidariedade na dor;
nos momentos
de intensa solidão
e de travessia pelas
noites escuras e sombrias
da desconfiança e da maledicência;
do medo e da insegurança,
injustiça e do desamor;
do desamparo e da indiferença;
da intolerância e do preconceito
da insônia e da dúvida;
da intriga e da insensibilidade;
da frieza e da violência;
da incerteza e da ignorância;
da falta de escuta e falta de palavras;
da economia de afeto,
esbanjamento de intolerância;
consumo dos supérfluos
e incentivo ao desrespeito.
Dá-nos um abraço, colo, força!
Ensina-nos sobre entrega,
sabedoria, humildade,
amor e generosidade.

Encontro

Tão bom estar
ao redor da mesa
entre os amigos.
Estar na vida, no mundo
entre os iguais.
Não para sofrer,
Tampouco magoar.
Sim para
partilhar, celebrar! 
Aprender junto,
segurar na mão,
olhar no olho,
confiar na palavra,
reconhecer o erro,
Contemplar e refletir.
Perdoar, enxugar lágrimas;
dar colo. Ser agradecido. 
Semear afeto,
cuidar e recomeçar,
sem medo de acreditar.

O ritual, a flor , o laço e o amor

O ritual de casamento
envolve uma
maravilhosa simbologia!
É rico em metáforas!
E metáforas têm a ver
com poesia,
e poesia com amor,
e amor, com este momento!

Celebramos, aqui,
um enlace!
O enlaçamento de dois...
dois seres
singulares e belos!
Com os quais,
todos nós temos
algum laço.
Estamos todos aqui,
enlaçados pelo
carinho que dispensamos
à Lúcia,  ao Gustavo
e seus familiares.

É assim: uma magia!
Todo encontro
produz um nó
onde se misturam energias,
aromas, sensações,
impressões e sentimentos.
A conseqüência do nó,
é o laço.
O laço adorna o nó!
O nó fica na essência
e o que aparece é o laço.

Quanto mais caprichado,
o nó,
mais bonito é o laço!
O nó não pode ser
muito apertado
porque  magoa,
sufoca, mata.
Também não pode
ser frouxo;
porque aí,
não produz efeito
nem presença, nem beleza,
nem sentido!
Nó fraco, não se sustenta
e não sustenta o laço!

O nó precisa ser firme
e delicado
como uma carícia!
O suficiente para a gente
sentir e vibrar!
nunca para machucar!
Suficiente para permitir
a passagem do ar,
do afeto, da dor, das diferenças
e da liberdade...
arejando pensamentos, sentimentos;
modelando e embelezando
o laço!

O maior de
todos os mestres
ensinou que o maior mandamento
é o amor!
E outro grande mestre
ensinou que no amor
sempre há um que ama mais
e outro que ama melhor...

Que os nossos laços, hoje,
de amizade, fraternidade,
de respeito e de amor
se afaguem, estreitem
e se renovem!

Aqueles de nós
que amam mais
continuem amando
cada dia mais!
Aqueles de nós
que amam melhor
continuem amando,
cada dia melhor!
E num gigantesco
laço de afeto, todo nós
abençoemos 
este laço de amor
reafirmado e assumido, hoje,
por estes nossos queridos:
Lúcia e Gustavo!

Noivos









    Guilherme Schmitz
Dias e noites
moldando
modelando
traços
e formas.
Claro! Só ele!
Cúmplice do afeto,
dos detalhes
e das essências!
Mãos amigas
de irmão
companheiro!
Parceiras do olhar!
Olhar que captura,
recria corpo
sentimento!
Movimento
de olhar
de mãos
de abraço;
de carinho
e cuidado
eternizando
o laço!   


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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