Aniversário do Blog


No silêncio
alimento minha escuta.
As sombras da noite
recapitulam o dia
e o riso, a fala,
a energia
de cada um
ecoa por onde
sentou
andou, tocou...
e conversam comigo!
Suas partes, aqui
vibram e se aninham
em mim...
já tenho saudade.
São meus queridos.                                                                                                    
O Blog aniversaria:
seis anos!
Companheiro de escuta,
silêncios e aprendizados!

Afetos e simplicidades

    - "Bombom tá di minino Jesuiz, vovó?
    -  "Tá, Maria. Você gostou? 
    -  "Hãhã... tá bonitu, vovó!
Pequeno grande menino..
Frágil,
como cada um de nós
no encontro com
“fantasmas” e desafios
cotidianos!
Sensível,
como nossos
sentimentos
sinceros e profundos!
Belo,
como nossos sonhos
queridos e acalentados!
Forte,
como a essência
que habita nossas
entranhas e
que nos faz ressurgir
sempre e sempre!
O menino da manjedoura,
entre afetos e simplicidades!
O Cristo Íntimo!
Produzindo estes 
Natais belíssimos que 
podemos experimentar
dentro e fora, 
a cada novo ano
e a cada nascer do sol!

 Meus queridos de perto e de longe:
FELIZ mais um NATAL!

Todo ano, uma despedida

É uma noite feliz!
Tem encontro!
Tem festa!
Tem coisas que a gente gosta.
Tem gente que a gente gosta!
Viemos e estamos aqui
para celebrar!
Celebrar a vida
vivida em conjunto
neste ano de 2014.
Vida vivida tem de tudo:
alegria, tristeza,
dia de chuva, dia de sol;
tem frio, tem calor!
Tem paciência,
tem raiva, tem críticas,
tem surpresa, tem presente!
Tem mistério, tem problema.
Tem perdas e tem ganhos...
e, aprendizados!
Diante do vivido
dizem que a maior virtude
é a do agradecimento.
Saber reconhecer e dar valor
ao que vivemos
e com o qual aprendemos.
Nos reunimos
para agradecer a vida:
a nossa e a de cada um.
Um ano letivo não é um dia
e não é toda a vida,
mas uma parte dela.
Muitos aqui, viveram
boa parte de sua vida
dentro do Quintal.
Ou passaram boa parte
do seu dia e do seu ano,
no Quintal...
Momento de agradecer!
É merecido comemorar!

Antes do silêncio

       
      Hotel Vale das Pedras - Jaraguá do Sul- SC
         
         O deck do hotel estava silencioso e iluminado pela luz suave do dia que amanhecia. Poltronas, puffs, bancos dormiam e sonhavam com a festa, conversas, risos, encontros, esperas, expectativas e descansos do dia anterior; antes do silêncio.
        Assim silenciosos, também estão o quintal; a árvore majestosa e acolhedora,  as salas de aula, os corredores, os balanços, o palco, a caixa de areia; as varandas e a mata toda, ao redor; aguardando, em doce expectativa, que a alegria barulhenta, numa onda colorida e espiralada, atravesse e rompa a quietude instaurada.
Antes do silêncio, tinha música.  E a música convidou para a dança, para o jogo, o movimento ritmado, livre e inteiro do corpo. Antes do silêncio aconteceu um desencontro, que depois de uma conversa, acabou num abraço. Antes do silêncio houve distração, banalização de tantas coisas sérias; que depois foram redescobertas e valoradas. Antes do silêncio, houve uma espera, longa e espinhosa, que acabou num brilho de olho de mãos dadas com a alegria! Antes do silêncio aconteceram combinados; segredos partilhados; planos idealizados. Lágrimas rolaram; medos cresceram, inseguranças sanaram e belas ideias germinaram.  Antes do silêncio, a vida palpitava,  urgente,  vibrante,  impulsiva  e  amorosa!  A criançada brincava, reclamava, exigia, confiava e adormecia no ombro da gente... e, de repente cresceu! Antes do silêncio.
O silêncio é agora. Quando todos se foram e deixaram ali a saudade... E a saudade fala de cada um e destes jeitos diferentes e especiais de cada um. A saudade fala do carinho construído; do respeito conquistado. A saudade fala do que foi possível e do que não pode ser concretizado; das limitações e impotência diante do inusitado. A saudade fala das pequenas coisas vividas e que não pareciam importantes e que agora se percebe: eram essenciais.
         O silêncio, agora, fala disto que o coração está cheio e na memória dos sentidos, armazenado; disto que ficou de antes do silêncio, quando foi gestado no vivido esperado e  no inesperado: só benquerer!
        É o benquerer que fica, agora, no silêncio das ausências, das distâncias, das separações,  das despedidas e da saudade; alimentando os dias  e motivando novas auroras, novos horizontes, novas caminhadas.





Bolinha de sabão

Bolinha de sabão,
vovó!
Olha! É gordinha,
é brilhante, vovó!
Água de sabão
é colorida,
né, vovó?
Colorida
de arco-íris!
Olha como eu sopro!!!!!
Uma fica grande
outra, pequeninha...
Escapa de mim, vovó!
Ah! Vem cá,
bolinha de sabão!
Vem aqui
na minha mão!
Vou encostar
meu dedinho,
te estourar rapidinho!

Flor Gramática

        

         
       Todo dia uma flor e um abraço, na hora do quintal. Uma flor vermelhinha que ele tira do jardim da escola para presentear as suas profes, uma delas, eu. Entrega a flor, aninha-se brevemente no colo da gente e sai correndo, porque brincar é urgente. Eu me surpreendo e por vezes penso “desse jeito, daqui a pouco, não haverá mais flores no jardim”... mas que nada! Hoje mesmo olhei e vi uma profusão de flores vermelhinhas! Como se elas se multiplicassem todos os dias, cúmplices do afeto do menino pela escola e por nós!
        Nesta quinta, foi diferente. Ele não saiu correndo. Ficou por ali, ao meu lado e de repente disse: - “estou preparando uma coisa para você não ficar com muita saudade de mim, no ano que vem, quando não estarei aqui para lhe dar uma flor todos os dias!... depois disto, sim, saiu correndo;  deixando-me  curiosa. Mais tarde, entregou-me um papel. E nele, o presente: a flor gramática! Flor raríssima e só minha! Ninguém tem! Sou depositária dela e desde aquele momento, estou pensando onde guardar, pois na caixinha dos guardados de profe, pode sufocar entre bilhetinhos, fotos, desenhos que ali estão,  dias inteiros em movimento, há anos, atualizando lembranças, todas belas, especiais. Uma flor precisa de cuidados diferentes, ainda mais esta, única...

  “MAISA, LHE  DOU  ESTA  FLOR  GRAMÁTICA! CADA PÉTALA TEM UMA CLASSE  ENSINADA  POR  VOCÊ. VEJA  SE CONSEGUE  LEMBRAR  O  DESENHO... PARECE  DE  UM  DO  LIVRO.
       ESPERO QUE  GOSTE  DESSA POESIA  E  DESSE DESENHO SÓ  PARA VOCÊ! I  LOVE  YOU!
        COM  MUITO  AMOR  E  CRIATIVIDADE...”

(quando registra: ”parece de um do livro”, faz referência a uma ilustração que fez no livro de poesia que sua turma escreveu)
        Esta flor gramática me presenteia com dois significantes: o da flor, com todo o seu conteúdo literal e metafórico,  construído e cultivado durante anos, na escola e, o de ser uma flor gramática! O afeto perpassando tudo, envolvendo o conhecimento, que fica, assim  vivido, promovido, valorado, destacado, poetizado... como deve ser!
Assim é o afeto, na vida da gente! Vai costurando nossas partes, nossos pedacinhos, as coisas do cotidiano, tão diferentes e inusitadas e tornando a vida este inteiro maravilhoso! Se hoje ainda estivesse faltando alguma coisa; se ainda tivesse alguma dúvida sobre o caminho escolhido; a certeza de que foi tudo certo (incluindo desafios, limitações e impotências) e de que tudo valeu a pena, se materializaria! Como já tenho esta certeza há muito tempo, esta flor especialíssima, neste momento - em que vou deixando espaço para os profes mais jovens,  saindo, devagarinho (a cada ano, um pouquinho, para acostumar) deste contexto fantástico que é a escola - chega até mim e é acolhida como uma reafirmação da importância de tudo isto que acreditei e amei neste meu fazer pelas “escolas ninhos” onde pousei, nesta vida! O olhar encantado, curioso, inteligente e afetuoso de um menino me devolve em palavras, o que meu coração sempre soube: tudo pode ser transformado em flor e poesia com afeto, com amor; até mesmo a gramática! E vou viajando na ideia...  flor tabuada, flor leitura, flor tabela periódica, flor isto e mais aquilo... de repente lembrando de Olavo Bilac que chamou, nos seus versos, a língua portuguesa de “última flor do Lácio”...
Diz um mestre, muito querido para mim, chamado Samael: “... “O amor em si mesmo é uma força cósmica, universal que palpita em cada átomo e em cada sol... contemplemos o cintilar dos mundos no firmamento estrelado... comungam entre si com seu cintilar luminoso. As ondas de luz, as radiações são o suspiro do amor. Há amor nas estrelas e na rosa que lança seu perfume delicioso”...

Ao mestre com carinho (To sir with love)


Este filme, esta melodia, adoro! Desde a primeira vez marcou fundo e aquela emoção tão intensa e  ímpar, nunca mais me abandonou.  Ficou dentro, mexendo, estimulando, inquietando,  teimando, alimentando uma chama sempre viva, sempre rebelde, sempre forte; mesmo nos momentos mais desesperançados. Sempre foi maior e mais bela  do que eu mesma, minhas limitações, meus medos, preconceitos e as frustrações, decepções e desencontros. Sempre sinalizando um horizonte bonito, lá na frente! Sempre! Dignificando meus dias e tecendo uma rede sensível, mas forte, de realidade, cidadania, benquerer e respeito pela vida e suas criaturas, em todas as suas manifestações.

Orquìdeas

Tão belas
belas!
Pra lá, pra cá
ali, lá, adiante!
Ao sol, ao léu,
à lua,  aos verdes,
aos vasos, 
aos misteriosos
  olhos das florestas,
aos beija-flores e ao céu!
Uma e mais
outra!
Um sem fim de
beleza! Beleza!
Tanta...
É tanta
pessoa orquídea
nesta vida!

Cascas

As cascas
são tão frágeis...
Basta um sopro
um vento norte
e elas desabam.

Infância

Infância... Mundo rico! De incessante movimento! Descobertas deslumbrantes! Associações desconcertantes: pura inteligência! Pensamento mutante... ir e vir, retomar e voltar; abandonar e mais adiante voltar e prosseguir de onde parou... memória fantástica! Franqueza desconcertante! Entrega absoluta ao momento presente.
- “Tu “iu”, Dindo, desenhá coisas lá no céu”?
- Sabe que dia é hoje, dindo? Hoje é dia de sol!
- Tu mentirô, vó!
- Vó... não fica tiste. Eu ti amo!
- Quer um suquinho para acompanhar, Margot?
- Não! Qué pa tomar!
- A boboleta foi lá po céu, junto com o Bin e a Liza...
- Vó! Vamu bincá di maquiage? Posso pegá o blush? Passá o gloss?! Só um poquinho... Eu que passo, tá,  vó!
   - Vamu bincá di ecolinha? Eu sou a pofe... quianças, atás di mim...  Ai, ai, ai... não podi bigá, viu? Não pódi modê! Já ti falei! Agora tem qui pensá um poquinho.... olha pra mim! Olha pra mim... não podi modê, faz dodói no coleguinha... Agora vamu fazê tabalinhos... pega a cola... vamu colá? Recota um sol, vovó! Hora di lanchá! Vamu fazê um lanchinho, vovó!... agora, senta aqui nu chão, vó... vamu conversá? Agora conta historinha... Não! Não esta, vó! É esta aqui, da menina do laço de fita! Ah!  Rasgô o livro... ah! Não faz mal, né, vó...  Eu conto a historinha, tá, vó! Ota historinha... Era uma vez, uma buxa malvada... agora eu vô passiá com a Bombom... tu faz comidinha pa genti, vovó?... A mamãe foi tabalhá, ela já volta... não pecisa chorar! O papai também... ele vai no mecado, compá carninha, suco de uva, água di coco! Não quero comê, vovó, comi na  ecola, a minha “bariga” tá bem cheinha!!!! Quero colinho, vovó... e o meu bibi... canta, vovó"! 
E assim vai a conversa! Até chegar o soninho, no ombro, no colinho, no sofá ou na caminha... Tudo a ver com tudo! O brilho do olho, a fala, o braço, a mão, o pé,  a boneca, o lanche, a escola, o papai, a mamãe, o livro de historinha... os sentimentos sendo atualizados o tempo todo, falando de si e do outro (quando ainda é de si mesma); num sem fim de palavras e gestos, saracoteios, corridinhas, sacolejos, choros e risos,  caras e bocas! 
Será que ela respira entre uma e outra coisa? De onde tanta energia? 
Esta dinâmica, esta riqueza de detalhes e de inusitados; estes encadeamentos de palavras e gestos tão cheios de encantos, de ingenuidade e deliciosa espontaneidade, nunca mais! É só da infância! É só da criança! 

Coelhinho

- Um coelhinho "pa" mim, vovó?!!!!
- Sim, o dindo Gui fez...
- É "di" ovo, vovó?
- Sim... O corpinho é de ovo. As orelhinhas, o rabinho, narizinho e barbichas, de cenoura! 
- E os olhinhos?
- Os olhinhos são de uva passa!!!!!
- É bom vovó?
- Sim! Uma delícia! Vamos experimentar, pra ver?!!!
- Eu "comu" o ovinho e a uva passa. "Tu come as cenourinha", tá bom, vovó?!

Criança

Este é o tempo
de ser criança!
Tempo de ser
feliz com o gato,
o cachorro e o
passarinho!
Brincar de pega-pega,
esconde-esconde,
de roda, de bola; pular corda,
de papai-mamãe e filhinho!
Estudar, pesquisar
fazer experiência
com água, terra, papel colorido
tinta e canudinho!
Aprender com os colegas, na escola:
ler, escrever e calcular;
entender os mapas, 
cuidar das plantas e do planeta. 
Conhecer a história,
outras línguas,
conversar, ouvir e filosofar!
Aprender com os pais,
professores e avós,
as coisas sérias e importantes
da vida: respeitar, agradecer,
trabalhar e se cuidar!
Semear amigos!
Desenhar tantas coisas bonitas...
casa, nuvem, flor, avião,
arco-íris, peixes e o mar
sol, lua, borboleta, coração,
bonecos, árvore e carrinhos...
Ouvir e criar histórias
“curiosar”, fazer rimas,
adivinhas, piquenique e
catar conchinha!
Depois, a vida continua!
Agora, é ser criança!

Poesia

     
    

   Depois de meses de duro e deleitoso trabalho; leitura, releitura e intensa produção, o cenário pronto, aguardando em respeitoso silêncio, em momentos distintos, os  pequenos poetas e poetisas do 3o, 4o e 5o anos,  seus pais e familiares, para o recital de poesia e autógrafo dos livros reunindo seus belos e criativos textos.  As almas  de todos os nossos mais queridos e importantes poetas ali presentes, com certeza; especialmente, nestas três noites:  Mario Quintana ("os poemas são pássaros que chegam, não se sabe de onde"...)! Vibrando, inspirando e fortalecendo os pequenos, nesta arte de promover o encontro das palavras com  o olhar, o pensamento e o sentimento. Singelo, bonito, de funda alegria. Dentro de mim, uma sensação ímpar de dever cumprido misturada com orgulho, com carinho, com encantamento pelo resultado e pela certeza de estar no lugar onde devia estar.






























Casinha


Brincar de casinha!
Eu adorava!
Com minhas amigas,
mas, principalmente
com minha mãe. 
Brinquei, depois,
com minha filha
e agora,
brinco com minha netinha!
Que delícia!
Que coisa mais linda vê-la
interagindo com as bonecas:
"cuidando, alimentando,
conversando, ensinando,
colocando limites, acarinhando"...
elaborando suas vivências
e descobertas cotidianas acerca
deste fantástico universo feminino!
- “Qui saudadi, Bombom, linda da mãe”!
- “ Psi...vovó, a Bombom tá “dumindo”!
- “Vovó... a bombom fez cocô!!!  Ui! Vamu tocá a faldinha”?!
O coração da vó expande, infla de ternura!!!



- “Qui saudadi, Bombom, linda da mãe”!

- “ Psi...vovó, a Bombom tá “dumindo”!

- “Vovó... a bombom fez cocô!!!  Ui! Vamu tocá a faldinha”?
- “Vamu fazê cumidinha pa Bombom,vovó?!!!


Setembro


Setembro
combina com primavera
com Noite da Poesia e
com orquídeas!
Todos chegando,
devagarinho...
Traços e formas bonitas, cheiros
palavras, rimas e cores
enfeitando a vida:
resposta generosa aos
preconceitos, menos valias,
injustiças, aridez e às dores.

Amém! Amem!

      
       Amém! Assim seja!
    Nos momentos difíceis, quando a esperança, as respostas e a luz no fim do túnel não aparecem, caímos de joelhos, por nós ou por quem amamos e pedimos, rogamos, suplicamos ao Pai, à Mãe, às divindades uma ajuda... E isto acontece porque confiamos neste colo absoluto, nesta mão que nos ampara  desde os mais remotos tempos, idades ou ideias que tenhamos a respeito de tudo que existe e de nós mesmos. E quando isto acontece, nos entregamos totalmente a este colo, estas mãos que nos afagam e fortalecem nas entranhas e de onde, novamente, brota a força, a coragem, o  ânimo; de onde renascemos feito a “fênix”! Quando finalmente nos reencontramos, vislumbramos e aceitamos o que somos, o que é, o que pode ser, o que é possível fazer... Neste processo, a palavra “amém”, bonita e forte, nos acompanha. Para pedir e para agradecer. Assumindo, nos diversos contextos e para cada um, em cada civilização, sentidos singulares: “que assim seja”, “espere por isso”, “firme”, “seguro”, “apoiar”, “amparar”, “suportar”, “confiar”, “verídico”, “eterno”... Somos sempre surpreendidos! Eu, agora, estou surpreendida e encantada. Depois de tantos anos experimentando, construindo e fortalecendo este laço de intimidade interna, só agora percebo o que sempre esteve ali, mas que eu só vi, depois que me foi sinalizado por alguém (e, isto que eu amo as palavras, estou sempre atenta a elas, em descobrí-las dentro, uma da outra...). Agora eu vejo! E isto me enche de alegria redobrada! A resposta para tudo é apenas uma e ela vem de dentro da nossa própria súplica, de dentro do nosso próprio clamor: amem! Um acento transforma o sentido da palavra! Como num passe de mágica, “amém”, de interjeição ou substantivo, transforma-se num verbo! No mais lindo, no mais fácil de conjugar. Mas, no mais difícil de praticar: o verbo amar! No final da nossa súplica e entrega, ele nos chega como uma resposta: amem! O amor na essência e na resposta para nossos males, todos! O amor e todas as suas implicações, desdobramentos e sutilezas dentro do momento e na vida de cada um.

Pai


No universo dos afetos
e das relações
o pai sonha,
o filho chega.
O pai tem expectativas,
o filho é singular.
O pai tem os seus limites,
o filho sonha.
O pai não entende,
o filho tem expectativas.
O pai é singular,
o filho tem os seus limites.
O tempo,
professor paciente, passa...
O filho, de repente é pai
o pai, de repente é avô.
Então, o avô sonha
o neto chega
o pai amadurece...
Fase por fase
aprendizados de dor e amor
entre encontros e desencontros
equívocos e acertos
um nas pegadas do outro,
personagem na história do outro,
com a opção de mudar, transformar,
escrever outro enredo, se quiserem.
Um dia, o neto será pai e avô,
como o avô foi filho e pai.
Um ciclo sem fim
de busca:
o pai pelo filho
o filho pelo pai...
E estiveram sempre ali, 
perto, um do outro...


Minha foto
2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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