A beleza da planta murcha




 Manhãs ressurgem!

E todos os dias,

nestes dias que se sucedem;

rolando momentos conturbados

aqui, no planeta Terra.

As manhãs ressurgem

como se nada houvesse,

cheias de possibilidades,

ignorando limites e máscaras.

As manhãs ressurgem

saudáveis, inocentes e belas,

alheias ao vírus que entristece

e tomadas de beleza

e de poesia!

Em campanha escancarada

pela manutenção e retorno da alegria! 

Esta manhã, esta em especial,

ressurgiu com um presente:

um aluno poeta

lá na outra ponta,

entre o gel, a distância e a máscara:


Profe, eu cuido de uma hortelã pimenta...

Eu cuidava de um girassol

mas ele murchou.

Mas eu, profe,

como sou poeta e artista,

vejo a beleza da planta murcha!

Ela vai se tornar adubo

e fazer bem para a nossa terra”...


Chorei. Choro, agora, ainda!

De emoção funda,

agigantada, explosiva e

porque eu não pude abraçá-lo!

Menino poeta! 

Grata por ressurgir com a manhã!

Por ressurgir a poesia em mim

e trazer esta delicadeza

do olhar e avivar

esta compreensão singela,

simples e bela

do estar aqui.



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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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