Choro

Choro você, felicidade.
Choro!
Choro de feliz!
Feliz porque pulso
porque  vibro
porque sinto
porque amo.
porque vivi.
Porque vivo, ainda.
Choro porque
o choro vem das entranhas
genuíno, impulsivo
transbordante,
inundante.
Transbordante!
E generoso!
e agradecido.
Choro porque me diluo
e reconstituo neste ser feliz,
profundamente feliz!
Feliz pelo que vi
onde meus olhos
pousaram e tocaram.
Feliz pelos frutos
que saíram de mim
em forma
de ensaio
de rabiscos inseguros
de palavras
de trabalho
de mudanças
de respeito e de amor,
e em forma de gente!
Choro as delícias
e recordações
de todas as viagens
por tantos e tantos sonhos.
Choro o perdão
que toquei e sorvi
e, que alargou espaços
e encurtou internas distâncias.
Choro a recordação de cada um
acordado dentro de mim.
Choro de feliz!
Choro no ritmo da música
que despe, sensibiliza.
A música é e eu sou nela.
Ali me reconheço e às
semelhanças nas diferenças
e às diferenças nas semelhanças.
A música me devolve a beleza
e a essência de tudo. Redime.
E eu choro porque isto é lindo.
E choro porque minha alma feliz
agradece e agradece e agradece
o tudo e o nada de todos os dias
e estes hiatos entre eles,
preenchidos de sentido sem nome.
Choro porque feliz!
Feliz com o que me coube
com o que eu não soube
e com os carinhos das horas...
o que acalentou as noites,
coloriu os dias!
Choro  palavras
engasgadas
que de outro jeito
não saem,
e, que assim, deslizam
para fora,
sem pudor,
sem dor,
de puro amor!

Mãe II

Saúdo e celebro
minha mãe,
a Mãe natureza
e a Mãe Divina!
A MÃE de cada um
e que em cada um 
de nós vive.
Esta que acolhe
e gesta sementes
no silêncio e calor 
das entranhas...
e, depois alimenta
no seu abraço,
com a palavra, 
sentimentos
e razões do momento:
mundos, sonhos e
delicadas criaturas.

Mãe

Mãe!
Um repertório
de implicações reais,
dia-a-dia,
em compassos
diferenciados,
mas constantes!
Alternando
nublados e
ensolarados
exigentes
de paciência,
observação
e cuidados!
Repertório infindável
de metáforas!
Muitas metáforas...


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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