O Bloco da Bernunça











Adoro ser surpreendida! Encontrar com o inesperado adorável! Ver surgir o maravilhoso de onde não espero; especialmente quando estou sem expectativa alguma! 
Assim foi neste domingo de carnaval, em Floripa. Minha netinha fez amizade com umas meninas, no condomínio; isto nos aproximou da avó delas. Ela, gentilmente, partilhou e fez o convite: “vocês deviam levar a pequena ver o Bloco da Bernunça”, ali em Coqueiros. É muito bonito e tranquilo para as crianças. Vamos levar as nossas”... E nós fomos.  Improvisamos uma fantasia para nossa pequena e fomos, a família toda! Ela adorou o lugar, os brinquedos e a neve artificial! Bah!!!! Delícia!!!!! Assim como as outras crianças, curtiu muito explorar; se lambuzar com aquela meleca geladinha!!!!!
Local maravilhoso! Bem ali, indiferente ao movimento da avenida paralela; emoldurado pela singeleza dos verdes, do azul do céu,  do mar, das pedras e dos barcos ancorados... Observei as pessoas  chegando... adultos sem pressa;  trazendo pela mão, no colo e nos  carrinhos, suas crianças coloridas de alegria, de fantasias e de curiosidade! Devagarinho todo mundo foi “se ajeitando” e quando vi, a roda estava formada! Amo uma roda! Adultos, crianças, alguns adolescentes e idosos; singularíssimos, partilhando espaço, acomodados na grama, atentos ao narrador da história do BOI. Uma história cheia de magia, que repetida e sempre nova, vem encantando olhos e corações.
Excetuando o casal narrador, estilosos “manezinhos”, os demais atores eram crianças. Crianças do bairro. Aliás, o Bloco é do bairro. Há um desejo, um empenho, presente e visível, na comunidade, em preservar a memória, as raízes, a cultura popular. A identidade.
Foi um espetáculo belíssimo! Público e personagens interagindo alegremente; as emoções alternando sem constrangimento! Palmas, risos, fotos... os adultos relaxados, reencontrando a graça, na graça! Impressionou-me a quantidade de idosos presentes e participantes, felizes! E as crianças! Umas empoleiradas nas garupas e colos seguros de familiares; outras dançando com o boi; jogando capoeira com os macacos, dando as mãos aos demais personagens ou sendo “engolidas de mentirinha” pela Bernunça!!!! Todas presas na teia da magia instaurada, um misto de curiosidade, medo, desafio, fantasia e realidade.

Espetáculo findo, todo mundo indo embora tranquilamente, sem atropelos; pegando uma última pipoca; uma última escorregada no escorregador; último pulo na cama elástica; um último sorriso ao outro, um conhecido ou desconhecido próximo. Festa com tempo limitado. O suficiente para ninguém cansar, extrapolar. Suficiente para convocar a genuína alegria, aproximar afetos, aprofundar laços, alimentar a vida com alimento orgânico. 










 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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