Moça elegante

     


       Andava cabisbaixa, observando, ao mesmo tempo, ranhuras e buracos na calçada limosa que contornava o asfalto e as coisas absolutamente tragicômicas do cotidiano, que vagavam e penavam, sem sossego, dentro dela; diante das quais, era impotente. Então ouviu:
        - Lá vem a moça elegante, do ponche!
        Ela era a moça elegante!
        A pessoa que elogiara, sorria um sorriso aberto, franco e a olhava com sincera simpatia e admiração.
        Ah! O que produz um olhar que vê o que ninguém vê!

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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