A dor de ser só


Vi teu olhar assustado
tua angústia,
tua dor,
teu desejo de sair,
reencontrar o teu lugar!
Pegar tuas coisas,
teus medos
tuas verdades,                                                           
tuas asas,
tua vida
e ir embora dali...
avivar o corpo
que crescia em limitações...
Mas não pude fazer nada.
só olhar.
Não havia o que dizer
o que fazer. Só esperar.
Ambos prisioneiros
em nosso momento,
em nossas teias
fragilidades
impotências...
Próximos,
envolvidos de benquerer,
mas sós.
Talvez te bastasse
me ver,
estar ali,
segurando tua mão
como tantas outras vezes.
Achei que sim.
Fechaste os olhos
e, enfim, dormiste.
Minha mão ficou ali,
te acompanhando
num voo inquieto...
Até que encontraste
algo repousante,
acolhedor;
um oásis talvez...
Relaxaste!
Soltaste minha mão.
E, um tempo depois,
partiste! De vez e só.
Meu olhar te encontrou
na brisa suave
da tarde que
também morria
e minha mão te acompanhou
num aceno
até que te diluíste nos
azuis do horizonte,
leve, livre... finalmente!
Finalmente, tu!
E rindo teu riso maroto!
Certamente,  fazendo graça,
com teu vocabulário singular
olhar curioso,
ávido de detalhes e sutilezas;
a respeito de novas
mãesagens...
E eu fui encontrar
com minha solitude
e com estes mistérios
que me rondam...
ora inquietam
e extasiam;
ora singularizam e
ora entrelaçam
afetos, vida e morte;
metáforas e realidade...
Tchau, pai!

 

1 comentários:

Unknown disse...

Putz !!!!!!!!!!!
Que maravilha !!!!!!!
Grande beijo !!!!!!!!
Amo vc !!!!!!!!!!


Minha foto
2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

Arquivo do blog