Doce

Olha
o vaivém do
homem do algodão doce...
- Fon, fon!
No domingo introspectivo,
geladinho e choroso,
fugindo da garoa fina
pisando descuidado 
nas poças de água fria.
Lá vai ele!
Lá vem ele!
- Fon, fon!
Apressando o passo
para alcançar
o desejo do menino:
- Quanto é moço?
- Fon, fon!
Olhos se alumiam
de contentamento;
outros olhinhos
piscam sem parar,
de puro encantamento
e moedinhas tilintam
escapando do bolso
de um
pra’s mãos do outro...
- Péra aí, moço!
  Tá faltando moedinha...
  Mãe! Manhê!
- Fon, fon!
Vem de lá, moedinha!
Vai pra lá, algodão,
empacotado e docinho...
Troca justa e nervosa,
de pura emoção:
- Quero o amarelinho!
- Fon, fon!!!
 Ah! Prazer tem nome,
cor, textura e sabor!
Interessa se é domingo,
se é segunda?
Se tem poça d’água na rua
movimento
ou soneca geral?
Claro que não!
Tem sonhador na rua,
tem criança no quintal?
Tá feito
o encontro perfeito
que adoça e
esperança um momento!
- Fon, fon!


 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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