83 - Mãe

              Sempre quis ser mãe. Desde pequena. Brincava com minhas bonecas e, muito antes de pensar num namorado, eu pensava num filho e escolhia nomes... lembrar disto, é trazer presente momentos muito intensos, uma saudade funda que mistura a menina que eu era e a mulher que hoje eu sou e eu penso em como o tempo passou rápido desde aquele primeiro dia, quando o sonho foi instaurado, até este, quando o sonho se concretizou de forma ainda mais bonita do que o sonhado (o que é inusitado, geralmente o sonho sempre é mais bonito)... como pode?! Algo que parecia tão distante, tão envolto em mistério, de repente, já aconteceu e já passou e os filhos já cresceram e se tornaram adultos e agora sonham e vivem suas vidas independentes de mim, tão melhores e mais articulados do que eu na vida, no mundo; mundo que muitas vezes não reconheço como meu! E quanta coisa aconteceu neste meio entre aquele antes e este depois, que é o agora... Em alguns momentos, eu sinto um desejo de poder voltar no tempo e fazer algo aqui e ali diferente; pensando que este diferente poderia, de alguma forma, marcar estes meus filhos de outro jeito e que por causa disto, as coisas fossem menos difíceis para eles em alguns aspectos. Esta é a sina de mãe: a gente se “acha”; acha que sabe e que pode; e vivemos todos os dias, a vida inteira, descobrindo o quanto somos impotentes! E temos que arcar com as falhas e limitações. Eu sou feliz com os filhos que eu tenho! De fato, presentes! Presentes presentes. E com cada um, um percurso, uma vida; que não chegou pronta; fomos construindo. Ainda estamos. E este é um laço, de aço ("aço elástico"!), que se mantém pela ternura, respeito, olho no olho! Ele nutre. Eu me sinto nutrida por este amor recíproco!

 

1 comentários:

Gustavo disse...

Parabéns mãe! Uma excelente mãe! Não poderíamos pedir mais nada de você, somos sortudos! :) Obrigado por tudo. Por ter nos dado todas as oportunidades e liberdade pra escolher o nosso caminho. Obrigado mesmo. Um grande beijo, te amo!


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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