91 - Aliança (1)

      Chegamos no restaurante. Eu a vi com ele, sorria, feliz. Não sabia que estaríamos ali. Olhei pra ela. Linda como sempre, um pouco mais, nesta noite; o tempo agregou suavidade aos seus traços e gestos. Ele estava visivelmente emocionado e com olhar cúmplice, articulador da surpresa. Ela começou desconfiar do que se passava e ria muito, nervosa. O lugar era acolhedor, bonito e nesta noite, tinha cara de especial. Eu pensava em como as coisas são singulares na vida da gente; estávamos ali testemunhando uma aliança, envolvendo uma das pessoas mais importantes da nossa vida, de forma diferente da usual e de como tudo estava tranqüilo, adequado e bonito; o conteúdo essencial preservado e enaltecido.  Depois do jantar, o momento. Ele, olhos brilhantes, cheios de lágrimas, anunciou que estavam oficializando a união com as alianças; sentiam necessidade disto, de formalizar porque era sério e gostariam de que fosse para sempre. E ele queria que nós estivéssemos presentes, porque éramos importantes para eles, uma vez que ele já não tinha o pai e nem a mãe. Fôramos incumbidos de trazer as alianças e as entregamos e eles as trocaram com alegria e emoção, como todos os casais apaixonados que já passaram por isto, sentem. Trocar, fazer uma aliança com alguém é algo, mesmo, muito importante!  Imediatamente lembrei das palavras do meu avô Otto, anos atrás quando ela, minha filha, nasceu e ele falou: -“sabem o que me fizeram...? Me fizeram bisavô!...”. E pensei: - sabe o que me fizeram agora, vô? Oficialmente sogra! Estou profundamente feliz!



 

2 comentários:

Gustavo disse...

Estou muito feliz pelos noivos também! Parabéns a eles!

Unknown disse...

Querida Maísa, é impossível não se emocionar com esta história.Pensei em mim, mas nunca havia pensado no que de fato uma mãe sente neste momento. Somos tolos em achar que nestes momentos nós somos mais especiais...vocês mães, não sabem o quanto são fundementais nesta hora. Na verdade, lá no fundo, sabem!!!


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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