112 - Imagens e ternura

              A figueira enorme reinava soberana, majestosa e silenciosa por entre os verdes, distribuindo sossego e acolhendo, protetora, em seus braços, toda magia, beleza e vida palpitante do lugar. Um balanço nostálgico pendia do alto, preso a um dos galhos frondosos... e se debruçava, no seu vai-e-vem, sobre o vale, lá embaixo; que assim, visto de cima, parecia um tapete verde (morros cobertos de árvores) bordado com linhas sinuosas azuis (um riacho que se estendia e escondia lá no horizonte...) e com retângulos coloridos, de tamanhos diversos (plantações... tantas que o olhar não alcançava!). Algo muito bonito. Muito! Estranha aquele ninho, de imediato senti-me também acolhida no abraço da figueira! Desejei e fiquei ali, sentindo sua energia, força e calor. Trazida por uma brisa, chegou e tomou meus ouvidos uma canção suave e familiar, vinda de uma igreja próxima, “a tua ternura, senhor, vem me abraçar” ... e eu me emocionei verdadeiramente! Um momento todo de ternura, infinita ternura. Eu estava sozinha, mas isto era só aparência.

 

0 comentários:


Minha foto
2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

Arquivo do blog