O real e os fantasmas


Por vezes, o real assola, toma, invade com toda sua crueza e objetividade... esmagador. Para suportar ou vencer, parece que só endurecendo, ou fugindo, ou se entregando ou desistindo... Uma pegadinha! Da vida. Ela tem destas coisas... manda uns fantasmas assombrar nossa fragilidade! Fugir não resolve porque os desencontros são cada vez maiores e as distâncias cada vez mais intransponíveis; assim como a compreensão. Desistir, renunciar, melhor dizendo, por vezes, é o caminho, porque os enfrentamentos, no sentido de bater de frente, quase sempre, consomem energia,  não levam a lugar nenhum, porque somos egoístas e só vemos o nosso lado. Os enfrentamos esvaziam, enfraquecem. E, endurecer é muito duro! Vou aprendendo e me encontrando melhor, no entanto, na entrega.  Deixar penetrar bem fundo, até cair totalmente, para então começar um caminho de volta. Passo a passo, esquina por esquina; nó por nó. Vendo todos os lados. Na verdade, aprendendo a valorizar o meu lado. O do outro, estou sempre vendo e me enchendo de culpas. Suportar e ultrapassar a “pegadinha” “é que são elas”; é curar a doença! A doença instaura quando o olhar fica na superfície, quando o coração fixa no supérfluo e a mente interpreta equivocadamente. Aí dói. Quando a gente sai da superfície, fixa na essência e interpreta corretamente, afugenta os fantasmas (que na verdade, “eram de nada”) e o dia volta brilhar, com suas levezas e carinhos.


 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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