Num dia, exaltação, no outro...


Ouvir elogios é tão bom! Especialmente daqueles a quem a gente ama, com quem se compartilha a vida ou partes, pedaços da vida; cotidiana ou esporadicamente. O elogio impulsiona, fortalece, qualifica, reconhece, constrói e muitas vezes, salva. Mas o sincero elogio. Este que vem da alma, que não visa nada além do seu conteúdo.  Há elogios superficiais, enganosos e interesseiros.  São como sortilégios, nos encantam para nos distrair do seu verdadeiro foco e desejo: nos derrubar, ferir, destruir, diminuir, banalizar, “tirar o tapete”, ali adiante. Aprendi que elogiar é bom; mas tem que ser com moderação.  Eu elogio muito os meus alunos e filhos, nas suas produções; talvez eu exagere porque, por vezes,  eles me devolvem: “Ah, não vale, você sempre diz que está bonito”... Reconheço que meu primeiro olhar é sempre de acolhimento e de valoração ao que o outro faz; mas só falo se acredito. Muitas  vezes, o bonito ainda não aparece, mas sei, intuo que está ali e que mais um pouco, vai aparecer. E aparece!  Isto é diferente de mentir, de ser falso, o que equivale a dizer: falar sem sentir e acreditar. A escuta e o acolhimento a qualquer elogio, também exige moderação e cuidado. Aprendo e ensino que não se pode deixar dominar, envolver e perder a noção das coisas, diante de uma coisa boa que se faz; diante de um elogio, um reconhecimento ou seu oposto. Para isto, quem primeiro deve reconhecer nossas qualidades, capacidades e limitações somos nós mesmos. E um pouco de modéstia não faz mal a ninguém! Se ficamos feito marionetes, ao prazer da opinião dos outros, positiva ou negativa, perdemos a identidade e a noção da realidade. Gostei de refletir isto, hoje, Domingo de Ramos... À entrada de Jerusalém, Jesus foi aclamado, exaltado como rei pelo mesmo povo inconsciente que logo depois o condenou à morte, escolhendo Barrabás, um ladrão; quando Pilatos solicitou que optassem entre um e outro para libertar. O que aconteceu? Eles mentiam, estavam sendo falsos quando o aplaudiam ou simplesmente, nas duas situações estiveram inconscientes, massa de manobra, “marias-vão-com-as-outras”... sem refletir, sem coragem de assumir pensamentos, sentimentos, vontades... Esta insinceridade ou falta de clareza nos posicionamentos, custa caro. Na história bíblica, uma vida.

 

1 comentários:

Anônimo disse...

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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