Mãe gentil, filhos nem tanto

Cantávamos o Hino Nacional. Todos em cima do palco, porque o quintal estava úmido, chovera na noite anterior. Interessante que todos se perfilam diante do Hino. Ele mexe! Emociona! Perturba. Os pequeninos da Educação Infantil ficam com aqueles olhinhos brilhantes e curiosos olhando para lá e para cá, atentos aos movimentos dos maiores e ao som desta melodia que eles intuem, certamente, ser algo especial, pois também ficam ali, quietinhos... meus olhos procuraram minha netinha, mas uma professora, depois, disse que ela ficara em sala de aula, “trabalhando”. Lamentei. Teria gostado de observá-la nesta sua primeira semana da Pátria na escola! Mas temos a semana inteira, ainda! E os verdes estavam mais verdes! O azul do céu, reflexivo. O “fícus” gigante, sentado no meio do quintal, abrigava uma passarada festiva. Foi bonito demais o coro que fizeram, entoando,  conosco, o hino. Não sei se só eu percebo isto. Toda vez que há um evento, a natureza participa; se enfeita e interage. “Entre outras mil, és tu, Brasil, oh! Pátria amada!” Falar da Pátria é como falar de pai e mãe. De sentimentos desencontrados. No mínimo, polêmicos. As experiências, reflexões, interesses, percepções e conclusões, são bastante singulares. Pátria amada, uma grande mãe, a quem os filhos demandam e disputam o tempo todo; bastante egoístas, revivendo incansavelmente Caim e Abel. E a quem ela se entrega, doadora, amorosa. Será que um dia, estas coisas de ciúme, inveja, arrogância, ódio, divisões e disputas entre “irmãos” terão solução e, finalmente, um fim de paz e justiça? Dentro e fora? Entre os lobos e os cordeiros? E os filhos desta “mãe gentil”, também gentis? “Brava gente, brasileira”. Amo.

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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