Dor no jardim




E nos arrancaram mais uma...
Uma que desabrochava forte, linda!
A lágrima verte,
desliza inquieta, triste, funda...
Acarinha outras ausências
e seus perfumes.
Quem fez isto?
Alguém avesso a jardins,
a flores, alegria, roda, sol,
comunidade, vida!
Alguém ainda sem rosto,
sem palavra, sem sentidos.
Sem sentido, escondido.
Nas sombras.
Mas nós ainda vemos o jardim!
E nós vimos a flor
antes que nos fosse tirada!
Era linda!
E nós ainda vemos as flores,
a singularidade das suas formas,
suas cores e como gostam
de misturar! Reinventar!
Aprimorar! Interagir! 
Garantir espaço e diferenças
no jardim.   
Nós ainda vemos o sol! Redondinho.
Como a nossa Terra,
como as rodas fraternas!
Vemos como ele se dá a todos.
E é para todos!
E ele nos abraça!
Conforta, aquece, fortalece e estimula.
Uma flor foi arrancada!
Pura maldade.
Ah! Estes covardes não sabem!
Uma flor não morre assim!
Muito menos um jardim!
Não sem resistir...
A flor permanecerá,
como outras tantas "extraordinárias",
nas memórias; inscrita
dentro de cada um!
Ali, desabrochará, singular,
em terras ávidas, férteis
que desejam, lutam,
idealizam o justo;
inflando corações com
aquilo que os perversos mais temem:
força, coragem,
ideias, voz, alegria
e mãos dadas!
Nós vamos regar.


 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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