Encontro

Abri a janela. O assunto era sério e eu ganhava tempo para fazer a abordagem. O ar geladinho, vindo da mata nos envolveu e junto, os raios do sol entraram sala a dentro,  ziguezagueando por entre as árvores, serelepes! Nós dois respiramos fundo e nos permitimos deliciar com a floresta a nossa frente, linda! Naquele e em todos os momentos, sempre singulares! A luz era maravilhosa! E nos permitiu ver os fios de uma gigantesca teia de aranha suavemente balançando presa entre uma árvore e um galho da mesma, prestes a cair. Coisa mais linda aqueles fios vistos assim, em ângulos diferentes, conforme nos posicionávamos na janela! Brilhavam intensamente, cheios de pequenas gotículas que uma chuvinha mansa presenteara recentemente... Cada um de nós ficou mexido no seu íntimo. Assim, relaxamos e a conversa tomou outro rumo. Ele me contou das férias e tantas coisas... falou de si como nunca tinha falado antes. E um outro laço se constituiu. Senti que a partilha daqueles momentos bonitos, ali na janela, nos oportunizava outra possibilidade de encontro, entendimento e avanços;  especialmente para ele, no seu reencantamento pelo aprendizado. A bronca não tinha mais sentido. Ele me deu um beijo, disse que sentira saudades de mim e voltou para a sala de aula. Eu continuei meu trabalho, refletindo, tocada. Por isto e por tantas coisas, que num momento destes, vêm à lembrança; especialmente estas destes encontros bonitos e fundos que a gente têm, às vezes, com pessoas, adultos ou crianças. Alimento principal da vida; da minha.

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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