56 - Música e beleza

                Algo delicioso, um presente maravilhoso dos “deuses” para todos nós, é a música! Sei que muitos e muitos concordam comigo! Acompanhei, na sexta, um aluno em adaptação na escola, na aula de canto. Um momento ímpar! Na sala iluminada pela claridade do sol, sentados no chão, ao redor do piano, alunos do 4º ano, alegres e descontraídos, faziam a leitura das melodias do repertório da manhã. De repente, acordes no piano, produzidos pela professora, fizeram a chamada e todos silenciaram. E meu coração disparou como sempre, ao som deste instrumento. O conjunto de vozes era lindo! E cantavam com prazer! Sorriam e ao mesmo tempo estavam compenetrados e não houve nenhum som dissonante! Eles sabiam os tons, os altos e baixos e, como disse e é importante repetir; cantavam com prazer e as melodias enchiam o ambiente e se projetavam para além dele e, em quase todos os cantos da escola era possível inebriar-se e relaxar! Impossível, naqueles momentos, era conceber que podemos criar melodias maravilhosas, extrair sons belíssimos de instrumentos e de nossas vozes; experimentar emoções sublimes quando da audição dos mesmos e, em outros momentos, produzir tantas coisas dissonantes, grotescas até... E as crianças, vivendo intensamente seu momento presente, cantavam palavras assim, que acordavam e faziam vibrar os meus sentimentos: “apagaram tudo, pintaram tudo de cinza”... “nós que passamos apressados pelas ruas da cidade, merecemos ler as letras e as palavras de gentileza”... “ Amor, palavra que liberta, já dizia o profeta”..."hoje é semente do amanhã”... “não se desespere não, nem pare de sonhar”... “nasça sempre com as manhãs”... “fé na vida, fé no homem”... tão bonito! E o menino, que está conhecendo a escola, capturou e falou, tocado: “quero ficar aqui; quero aprender cantar...é a escola mais bacana que eu já vi”! E eu entendi o que ele quis dizer; que havia ali acolhimento e espaço para a expressão dos sentimentos, coisa que as crianças percebem, “sacam” mais rapidamente do que nós adultos.

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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