Casulo


Dentro, a lagarta
processa o que acumulou.
Se enfeita,
esmera, capricha!
Um detalhe aqui,
outro ali...
Quer ficar linda!
Quer  viver!
O projeto é grande
bonito!
O mundo lá fora
é promessa de deleites...
O tempo passa
e passa do tempo...
... O que houve?
Medo? Insegurança,
Narcisismo em excesso?
Culpa?
A borboleta não saiu,
não voou
não conheceu
o que mais queria!
No casulo
ficou aprisionada.
O que viria ser
nunca foi...
Protegida no casulo
secou.

 

2 comentários:

Eliciane disse...

Que forte isto Maisa! Me fez pensar... Eu, ao contrário, sempre achei-me a feia lagarta. Recebi (e ainda recebo) surpresa as asas lindas que a vida foi me apresentando. Pouco a pouco, vagarosamente fui me percebendo feliz!

Maisa Schmitz disse...


Querida Eli! Aprecio tanto suas observações! A vida tem de tudo! Tantas coisas, percepções, experiências diferentes... gosto de observar, ler estas sutilezas! Você, certamente é uma linda borboleta colorindo e enfeitando o mundo com sua arte! Abraço!


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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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