21 - Queridos, amigos!

 
 Há muitos anos atrás, li, num jornal, um anúncio pitoresco: um vidente, em estado grave, terminal, estava selecionando um substituto, alguém a quem “passaria o seu dom”. Para candidatar-se, haviam alguns requisitos e, um deles era que a pessoa pudesse enumerar e rapidamente, cinco amigos, amigos de fato. Deixando de lado o anúncio, pensei sério e, surpresa, constatei, no momento, muito exigente, que eu não tinha cinco amigos, de fato, se quisesse listar. De quando em quando, com o passar dos anos, lembrei disto. O tempo me deu bons amigos, queridos amigos! Alguns de momento, outros que permanecem, perto ou somente no coração. Perfeitos amigos, aprendo, só no imaginário. Alguns são presentes que ganhamos, chegam e ocupam espaço nas vidas e corações da gente, sem força, suaves! Outros, temos que conquistar, cultivar, cuidar. Amigos são pessoas como eu, com limite, com falhas, com faltas, com medos, inseguranças; com ciúmes e com grande desejo de ser um bom amigo! Assim eles são. Diferentes, muitas vezes como quente e frio. Caminham com a gente, como podem, quando é possível, quando é necessário, quando é doloroso, quando é prazeroso ou por outra coisa qualquer, independentemente ou apesar do que somos ou fazemos. Lembrar do amigo já é estar perto, sentir-se acolhido e em casa e, quando perto de verdade, então... gostoso um abraço! Abrir as portas e as janelas; andar pelas ruas do vivido, confortando, ouvindo, juntando pedaços, animando, festejando! Se pensam diferente, é bom; certos os puxões de orelha, as críticas; cada um pode fortalecer naquilo que é e pode aprender, se quiser. O respeito é essencial. Se pensam de forma parecida, é bom! Não precisa falar muito. E não é só uma outra pessoa, é também um sentimento de não estar só, de pertencer, estar conectado a algo... por vezes, pode ter a forma de um animalzinho, uma planta e, surpreendentemente, muitas vezes se descobre o amigo dentro da gente! A gente amigo da gente mesmo! E é tão bom abraçar este que somos!

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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