Convivência

            

      
      Observei o lagarto, as galinhas e o gato Sig, convivendo com tranqüilidade, no quintal; partilhando espaço e comida com uma civilidade que se torna rara, no campo dos seres humanos.
Todos os dias fica mais claro que conviver, no planeta, está difícil! Avanços na linguagem, na escrita e no pensamento; descobertas e desenvolvimento científico e tecnológico não eliminaram a barbárie. Ela continua viva; mais viva do que nunca dentro do homem. Intolerância, menos-valia, ganância e arrogância corroem as relações, espalham desconfiança, alimentam intrigas e mal entendidos; disseminam insegurança, distanciamentos, inverdades, isolamentos, terror e violência. O que aparece, cotidianamente, é que “humanos não pensam em estratégias para conviver melhor uns com os outros. Pensam em estratégias para viver melhor uns do que os outros. O que pouco aparece é o afeto, partilha, escuta, solidariedade e poesia. Estes nunca estão nas manchetes; mas sobrevivem no anonimato. Teimosos e apaixonados, crescem, perseverantes, por entre grosserias, ironias, pessimismo, preconceitos; infantilidades, limites, impotências, ignorâncias e hipocrisias.
      Por isto, quando vejo galinhas, lagartos e gatos que conseguem conviver; encontrar maneiras de manter e respeitar o espaço, um do outro;  eu me emociono e alimento minha esperança! 

 

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2023, 14o aniversário do Blog! O meu desejo, por estes tempos, é de um pouco de calma, um pouco de paciência, um pouco de doçura, de maciez, por favor! Deixar chover, dentro! Regar a alma, o coração, as proximidades, os laços, os afetos, a ternura! Um pouco de silêncio, por favor! Para prestar atenção, relaxar o corpo, afrouxar os braços para que eles se moldem num abraço!

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